O Sporting de Sá Pinto conseguiu o essencial, em três jogos: ganhou para a Liga e seguiu em frente na Europa. Era difícil, foi obtido com muito suor.

Sem tempo para treinar e com pouco espaço sequer para conversar com os jogadores, Sá Pinto apelou ao sentimento. Do plantel e dos adeptos.

Os jogadores esforçaram-se, até mais do que os adeptos, perceberam as palavras do treinador e executaram a ideia fundamental para estes jogos: lutar até cair (e alguns caíram).

O discurso era o único possível nesta altura. Com o ânimo em baixo, um jogo acessível em casa e uma eliminatória europeia de dificuldade média, Sá Pinto sabia que jogava muito do futuro próximo da equipa nestes oito dias. Pois bem, ganhou o desafio.

Apesar do sucesso, que merece ser festejado, a situação não é boa. Por esta altura, uma equipa madura e apenas organizada tem boas possibilidades de não perder com o Sporting. Os «leões» possuem escassas soluções, desequilibram pouco a estrutura dos adversários. Como se viu com Paços de Ferreira e Legia.

O que se segue não será nem mais fácil nem menos difícil. Será muito diferente. A validade do discurso da garra e do amor à camisola terminou hoje.

O próximo desafio do treinador será manter a garra, melhorar ainda mais a qualidade defensiva e sobretudo começar a jogar um pouco à bola. Será, enfim, o momento para um futebolista como Elias demonstrar que o dinheiro gasto no seu passe fez sentido. Sá Pinto vai precisar de alguém com muita qualidade naquela posição. Já.

Os adeptos do Sporting compreendem o discurso da dedicação, mas também sabem que será preciso jogar muito mais para um dia chegar à glória. Começando pela próxima partida com o Rio Ave.