A Liga entra em férias natalícias com os três reis magos do futebol português na liderança, e a «culpa» é do Nacional. Muito bem organizada no seu processo defensivo, a equipa madeirense segurou um nulo em Alvalade e permitiu ao Sporting apenas igualar o registo de FC Porto e Benfica, que na véspera tinham feito a ultrapassagem.

O Sporting teve maior domínio, como seria de esperar, mas sentiu dificuldades para criar situações de perigo, ainda que ao intervalo tenha lançado logo o seu trunfo. O Nacional, mesmo sem conseguir sustentar as transições rápidas, ainda provocou alguns sustos a Rui Patrício.

Cedo se percebeu que o Sporting não teria vida fácil, com o Nacional a anular muito bem o tridente de meio-campo do Sporting, deixando um nó no jogo. Os leões procuraram desamarrar-se, exploraram as soluções rotineiras, mas tiveram dificuldade para chegar à baliza de Gottardi.

O Sporting fez apenas três remates na primeira parte, e só um assustou Gottardi. Foi precisamente o primeiro, um livre direto de André Martins que o guarda-redes visitante defendeu (16m). O remate de Capel, aos 24 minutos, foi de fácil resolução para Gottardi, e a tentativa de longe de Adrien, mesmo à beira do intervalo, passou longe.

Embora sólido defensivamente, o Nacional sentiu também dificuldades para armar o contra-ataque, mas ainda assim fez dois remates na etapa inicial: o primeiro também de livre direto, com Claudemir a atirar para defesa de Patrício, e depois um cabeceamento de Lucas João ao lado, após cruzamento de Marçal, na melhor jogada coletiva do primeiro tempo.

Plano B antecipado, mas com efeito anulado

A lesão de André Martins, perto do descanso, terá antecipado o plano B de Leonardo Jardim. O médio já não regressou para o segundo tempo e Slimani juntou-se a Montero no ataque.

A mudança para um 4x4x2, com o colombiano como segundo avançado, tirou algum poder ao Sporting no meio-campo, pelo menos numa fase inicial. Ainda que o argelino tenha precisado de apenas nove minutos para criar a primeira situação de perigo, de cabeça, obrigando Gottardi a defesa apertada.

Só que três minutos o Nacional teve uma ocasião claríssima de golo, com Diego Barcelos a aparecer na cara de Rui Patrício mas a colocar tanto a bola que esta saiu ligeiramente ao lado.

Se este lance deixou o banco do Nacional de braços no ar, num festejo anulado, ao minuto 66 os «leões» chegaram mesmo a comemorar um golo, mas este foi anulado por Manuel Mota, que viu uma falta de Slimani sobre Miguel Rodrigues.

Jardim ainda refrescou as alas, com as entradas de Wilson Eduardo e Carlos Mané, mas o Sporting começou cedo a trocar a cabeça pelo coração, e só criaram mais uma situação realmente perigosa, e de bola parada: um livre de Montero que saiu ligeiramente por cima.

Manuel Machado, por seu lado, refrescou toda a frente de ataque, mas nos instantes finais o Nacional limitou-se a segurar o empate.