Rui Morgado, delegado pela lista de Bruno de Carvalho nas eleições de sábado e membro da Assembleia Geral eleita, que é liderada por Eduardo Barroso, levantou nesta segunda-feira dúvidas sobre o processo eleitoral e contou que a nova AG pediu formalmente que fossem selados os resultados, o que não tinha acontecido até então.

«Já como membro da AG, perguntámos como se processava em relação aos votos. Foi-nos transmitido que o Sporting guardava os votos. Vimos que estavam numa sala ao lado do bengaleiro. Perguntei quem tem a chave, foi-me dito pelo segurança que era meia dúzia de pessoas», contou Rui Morgado, que estava presente como convidado numa conferência de imprensa de esclarecimento do processo eleitoral, antes de descrever o que viu.

«Estavam em sacos de lixo com um nó e um elástico. Ao lado havia uma série de caixas com boletins por preencher, que não tinham sido utilizados. Dissemos: isto não pode fiar assim. Eu próprio vim aqui, falei com o engenheiro Godinho Lopes, e com os membros da AG, Daniel Sampaio, João Sampaio e Luis Natário», prossegue: «Dissemos: Nós somos agora a mesa da AG, vamos garantir a inviolabilidade do processo eleitoral, agora tomamos conta do assunto. Não vamos actuar sem estar presente um representante do engenheiro Godinho Lopes. Fizemos inventário do material que estava naquela sala. Fizemos inventário, selámos, está lacrada», concluiu.

Lino de Castro, o responsável pelo acto eleitoral, que já tinha revelado como os votos foram guardados em sacos de plástico e fechados com elásticos, disse que quis estar presente nesse momento: «Eu representava todas as outras pessoas e todas as demais listas. Fiquei até ao fim e em boa hora o fiz.»

De resto, Lino de Castro evita entrar em considerandos sobre se admite existirem motivos para impugnar as eleições. «Eu antes de mais, para poder dizer se tem possibilidades de vencer, tenho que saber o que se passa. O que tenho ouvido é um conjunto de frases», afirmou.

Do mesmo modo, não tem conhecimento se já houve a interposição formal de uma providência cautelar para impugnar o processo, como foi anunciado por Bruno de Carvalho, nem quis estabelecer cenários sobre o que acontecerá e quem gerirá o clube se o processo eleitoral for suspenso por um tribunal.