Ruben Amorim, treinador do Sporting, analisa o empate a dois golos com o Arsenal, na primeira mão dos oitavos de final da Liga Europa:

«Obviamente que o Arsenal teve o controlo do jogo, mas defendemos bem. Um contexto muito diferente daquele que encontramos na Liga, mas temos de nos adaptar. Tivemos a primeira oportunidade, e a equipa não foi abaixo com o golo sofrido. Se olharmos para todas as incidências, foi muito parecido com o que tem acontecido…há sempre um pormenor que nos tira outros momentos. Temos o 3-1 para fazer, e depois sofremos o 2-2. Enfrentamos uma equipa muito inteligente a explorar os espaços, a sobrecarregar os corredores. Tivemos as nossas oportunidades. É uma equipa com outro poderio, contra outra que se adaptou bem, com jogadores que estão a crescer. Podíamos ter vencido.»

[sobre as ausências de Coates e Morita em Londres, por castigo] «Não costumo falar disso, pois há sempre outros jogadores para jogar, mas as características do jogo vão muito ao encontro do que o Coates nos dá, pois jogamos mais recuados, e cada bola parada é um problema. Temos um jogador quase a agarrar o nosso guarda-redes. E o Morita está a crescer muito com bola. Não só a defender, pela capacidade que tem, como já fez no Japão. Não estará ele, mas volta o Ugarte. E vamos meter outro central. Meti todos a jogar, e jogaram muito bem. Antes do jogo todos os sportinguistas assinavam este resultado, agora é difícil aceitar, tendo em conta todas as incidências.»

[tendo em conta as contas da Liga, o Sporting vai a Londres para discutir o apuramento?] «Obviamente. Como fizemos hoje. Mas sabemos que o jogo em Londres vai ter o público deles, e com um golo ou dois é completamente diferente. Vamos fazer o nosso jogo, tentar enervar o Arsenal, tentar ter bola. Mas sabemos que vamos sofrer muito. Mas mesmo que tenhamos de colocar toda a gente à frente da baliza, vamos tentar passar, e acreditamos que podemos passar.»

[o que espera do jogo de Londres?] «Não esperamos muito diferente, porque a dinâmica é igual. O Arsenal muda os jogadores, mas a ideia é sempre a mesma. O que o Nelson fez na ala, faz o Martinelli. Vai ser o Arsenal na máxima força, como é sempre. Mas agora temos de pensar no Boavista. Somos um clube grande, e não podemos ter uma noite destas, a jogar bem, e depois baixar muito com o Boavista. Isso é de equipa pequena.

[sobre a falta de eficácia na finalização] «A culpa é sempre do treinador, mas uma coisa está ligada à outra: não marcamos golos, e depois, em momentos-chave, sofremos. Tudo foi agridoce. A forma como enchemos o estádio, o ambiente que fica… custa. Fica um sabor agridoce. Com este ambiente vamos criar outro tipo de equipa. Fica um sabor agridoce porque podemos dar um passo em frente, e tudo nos acontece. Os amarelos parece que foram…não digo que foram pensados, não é isso, mas até isso fica um sabor agridoce, pelos jogadores que foram. Mas não estamos aqui para participar, estamos aqui para ganhar.»