2479 dias depois o Sporting Clube de Portugal voltou às conquistas, ao vencer a final da Taça de Portugal, frente ao Sporting de Braga, num jogo cujo desfecho parece ter sido tirado de um filme realizado por Alfred Hitchcock.

Os leões, que tantas e tantas vezes claudicaram em momentos decisivos, sobreviveram às adversidades e com esforço, dedicação e devoção alcançaram a glória na tribuna do Estádio do Jamor, com o erguer da 16.ª Taça de Portugal do palmarés leonino.

Os moldes que deram forma ao mais recente triunfo leonino serviram de catalisador para os adeptos que, menos de 24 horas após a conquista da prova rainha do futebol português, se deslocaram à Praça do Município para festejar com a equipa na cerimónia protocolar na Câmara Municipal de Lisboa.
O verde e branco imperou na praça adjacente à autarquia lisboeta, que foi aguardando a chegada dos heróis com cânticos alusivos à força leonina, sem esquecer, pois claro, algumas bicadas ao rival da Segunda Circular.

«O Sporting é o nosso grande amor» e «A Taça é nossa» foram algumas das prosas entoadas pelas gargantas dos adeptos, alguns deles bem especiais que fizeram milhares de quilómetros para a consagração, como foi o caso do  Núcleo Sportinguista de Boston, que ocupou um plano de destaque logo na primeira fila.

Bruno de Carvalho foi o primeiro a chegar, numa viatura particular, e provocou a primeira grande explosão de alegria entre os adeptos, que responderam à sua passagem com palavras de incentivo e agradecimento pelo regresso dos títulos a Alvalade.

Uma hora mais tarde estacionou o autocarro que transportou os jogadores, com Adrien Silva a assumir o papel de cicerone do grupo: foi ele o elemento que encabeçou o movimento e que transportou a Taça de Portugal para o interior do edifício.


Foto de família na chegada à Câmara Municipal de Lisboa, sem Carrillo e Ewerton que não marcaram presença na cerimónia protocolar 

O desfile de atletas foi pontuado com palmas e novos cânticos, com Rui Patrício, herói nas grandes penalidades, a ser (de longe) o elemento mais acarinhado pela massa adeptos.

«Olé Patrício, Olé»!

Já no edifício, e após a fotografia de família, a equipa perfilou junto ao executivo camarário, para os discursos de Fernando Medina e Bruno de Carvalho, e a habitual troca de prendas protocolar.

O Sporting prendou o autarca com uma gravata verde, uma miniatura do Estádio de Alvalade e uma camisola autografada pelo plantel.

Em troca, a comitiva recebeu das mãos de Fernando Medina miniaturas de Santo António, padroeiro da cidade, em tons de verde.

O momento por que todos esperavam aconteceu pouco depois, com a comitiva a dirigir-se à varanda para o momento de apresentação da Taça de Portugal, que gerou interação entre jogadores e massa adepta.

Miguel Lopes, Naby Saar, André Martins e Adrien Silva, este quase sempre acompanhado da Taça de Portugal, foram os mais excêntricos nos festejos.

Adrien Silva, André Martins, Carlos Mané, Nani e Cédric Soares (todos formados em Alcochete) vibraram com os adeptos na varanda da Câmara Municipal de Lisboa
 

O nome de Marco Silva encheu por várias vezes a Praça do Município
, tal como o Bruno de Carvalho, num sinal claro de reconhecimento dos adeptos pelo trabalho de ambos.

E ainda houve a despedida de Nani, uma espécie de filho pródigo que parece estar a viver uma sensação de deja vu
: volta a ganhar a Taça de Portugal, tal como havia feito em 2007, e ruma a Inglaterra.

Só que desta vez, o futuro não é tão claro como outrora.

Nem o seu nem o de Marco Silva e, mesmo com os cânticos, os adeptos vão ter de esperar pelos próximos episódios.