Nestes jogos de apresentação, como o Belenenses-St. Liège, a conversa acaba por ser sempre a mesma: «o resultado é o menos importante». Verdade. Mas também não se pode dizer que a exibição seja o mais importante. Nesta fase da pré-época seria injusto fazer demasiados juízos, embora já dê para tirar algumas indicações. As equipas ainda procuram a fórmula ideal, o entrosamento e os jogadores ainda não estão nas melhores condições físicas. O Standard Liège venceu por 1-0, mas daqui a uns dias ninguém se recorda disso. Retém-se daqui que Carlos Carvalhal tem boa matéria-prima, que precisa ser trabalhada.
Assistiu-se a uma primeira parte sem grande qualidade. O Belenenses foi a equipa que mais atacou e que se mostrou mais objectiva, mas as coisas nem sempre saíram da melhor forma, muitos passes errados e bolas perdidas. Nota-se que falta ainda trabalho e que os jogadores ainda não se entendem de forma a actuarem como um bloco. No entanto, aqui e ali são nítidas as qualidades individuais. Qualidades essas que muitos já tinham mostrado nas equipas por onde passaram antes de virem para o Restelo. No Standard Liège, destaque para Sérgio Conceição, que mantém as características que o identificam junto dos adeptos. O português pode fazer mais, é certo, mas entrega é coisa que nunca deixa de mostrar.
A segunda parte começou por ser quase penosa. O Belenenses desceu de qualidade, assim como o próprio jogo. O golo surgiu aos 58 minutos, através de Garbini. Um golo quase oferecido, já que resultou de um mau movimento defensivo. O Standard Liège pressionou e os azuis do Restelo mostraram dificuldades para se livrarem dos adversários.
Aos 63 minutos Onyewu foi expulso por protestar. Até se pode achar que Pedro Proença exagerou, dada a natureza do jogo, mas estes atletas são profissionais e têm de respeitar as regras. Quem beneficiou do mau feitio do central dos belgas foi o Belenenses que viu na superioridade numérica uma arma para crescer em campo. Os azuis do Restelo tomaram completamente conta do jogo e Ahamada protagonizou as melhores chances, mas também, talvez, os maiores falhanços de concretização da equipa portuguesa.
O Belenenses tem bons jogadores, que precisam de mais ritmo. Carlos Carvalhal tem agora a missão de construir uma equipa de sucesso. Tem material para isso.
JOGO DE APRESENTAÇÃO
Belenenses-St. Liège
Estádio do Restelo
Árbitro: Pedro Proença
Árbitros assistentes: Tiago Trigo e Venâncio Tomé
4º árbitro: José Figueiredo
BELENENSES:Marco Aurélio, Amaral, Pele, Rolando, Vasco Faísca, Rui Ferreira, Pinheiro, Silas, Djurdjevic, Paulo Sérgio e Meyong.
Suplentes: Pedro Alves, Sandro Gaúcho, Ahamada, Romeu, Zé Pedro, Sousa, Gaspar, Fábio Januário e Marco Pinto.
Substituições no Belenenses: saem Marco Aurélio, Amaral, Pelé, Rui Ferreira, Silas, Meyong, Paulo Sérgio e Djurdjevic, entram Pedro Alves, Sousa, Gaspar, Sandro Gaúcho, Zé Pedro, Ahamada, Romeu e Fábio Januário, ao intervalo; Ekotto por Beda, aos 60m.
Treinador: Carlos Carvalhal
STANDARD LIÈGE:Vedran Runje, Eric Deflandre, Onyewu, Leonard, Garbini, Sérgio Conceição, Geraerts, Ekotto, Vandooren, Tchite e Bangoula.
Suplentes: Jeremy de Vriendt, Dragutinovic, Sousa Campos, Moreira, Walasiak, Saar, Slattone, Roussel, Beda e Kovalenko.
Substituições no Standard Liège: saem Deflandre, Leonard, Geraerts e Tchite; entram Dragutinovic, Sousa Campos, Moreira e Walasiak, ao intervalo; Bangoula por Roussel, aos 70m; Vandooren por Saar, 74m; Conceição por Kovalenko, aos 88m.
Disciplina: cartão vermelho a Onyewu, 63m; cartão amarelo a Garbini, aos 82m.
Treinador: Dominique D¿Onofrio
Ao intervalo:0-0
Final:0-1 (0-1, Garbini)