Rui Jorge fez esta quarta-feira a antevisão ao jogo com a Croácia, que vai marcar a estreia da Seleção sub-21 no Europeu da categoria.

O técnico português considerou que a equipa das quinas vai defrontar um adversário com algumas características idênticas e identificou o jogador que entende destacar-se dos restantes. «Acho que a Croácia é uma equipa muito semelhante à nossa em termos de características. Os jogadores são bastante evoluídos tecnicamente. Em termos individuais, o Ivanusec será para mim o seu melhor jogador em termos de desequilíbrio com bola. Em termos de qualidade de execução têm vários jogadores que nos chamam a atenção. Agora, vamos ter de ser seguros também e mostrar que, apesar da semelhança de estilos, conseguimos ser melhores em termos individuais e coletivos», projetou em videoconferência.

Rui Jorge assumiu que, para já, o objetivo da Seleção passa por ultrapassar a fase de grupos e marcar presença nos quartos de final do primeiro Europeu que vai realizar-se com 16 equipas. Mas, para já, só quer ver os jogadores a exibirem-se ao nível que o potencial deles lhes permite atingir. «A minha desilusão será se no final destes três jogos sentir que a equipa não deu e não exprimiu o que o seu potencial permite fazer. Se o fizermos e se alguém conseguir ser melhor, é evidente que não ficaremos satisfeitos, mas será uma situação com a qual teremos de saber lidar. Outra coisa, e isso para mim será uma grande deceção, é não conseguir demonstrar toda a nossa qualidade e ficar pelo caminho porque não conseguimos ser seguros como uma boa equipa deve ser. Logicamente que em termos pontuais queremos passar aos quartos de final. Esse é claramente o objetivo nesta altura», frisou.

Por força da pandemia, este Europeu será realizado em duas fases: a primeira, de grupos, agora, e a segunda, a eliminar, no final de maio. O jogo desta quinta-feira diante da Croácia será o primeiro de 2021 para os sub-21, ao contrário do que acontecia noutros anos de Europeus, nos quais a competição era antecedida por jogos particulares, habitualmente em março.

«Não estamos com quilometragem zero. Competimos em novembro, mas já foi há bastante tempo. Mas normalmente tínhamos dois ou três jogos antes e isso retirou-nos a possibilidade de ver jogadores que até agora não estiveram neste grupo e que poderiam estar na fase final. É um bocadinho penoso para nós nesse capítulo e penoso para alguns jogadores, porque fica mais complicada a sua chamada a um espaço terminal como é uma fase final», assumiu o treinador.

Questionado se esta é a geração mais completa com a qual trabalha desde que assumiu, há praticamente dez anos, a pasta dos sub-21 de Portugal, Rui Jorge assumiu que teve dificuldades acrescidas para escolher os 23, mas começou por corrigir. «Não se trata apenas de uma geração. São pelo menos duas gerações que trabalham aqui. A escolha desde grupo foi de facto a mais complicado atendendo à quantidade dejogadores disponíveis. Agora, dentro dos 23 há muita qualidade, como havia no passado. Essa comparação de mais e menos não gosto de fazer. Vamos ver o que conseguimos demonstrar e isso é que é realmente importante para mim», apontou, referindo-se ainda aos casos de João Mário e Gonçalo Ramos, chamados para substituir os lesionados Jota e Rafael Leão, que integravam a convocatória inicial.

«Eles sabem que a opção inicial não recaiu sobre eles, mas que recaiu desta vez e que poderia ter recaído sobre muitos outros. Não senti qualquer animosidade. Integraram-se muito bem, como eu estava à espera também. Não é fácil pertencer a este grupo e quem cá chega e está deve sentir orgulho nisso. Acho que é isso que eles sentem. O que tenho sentido deles é o que tenho sentido de quem cá está desde a primeira chamada», concluiu.