O Sp. Braga parece ter entrado com pressa em resolver os seus afazeres para a Taça de Portugal. Quinta-feira há jogo europeu com o Marselha e a paragem em Viseu obrigava a vencer, até pela diferença de nível entre o quarto classificado da I Liga e o oitavo da II Liga. Vencer sim, mas tão rapidamente?

São raras as eliminatórias praticamente decididas em cinco minutos. Este é um desses casos insólitos. Em terras de Viriato, os minhotos tiveram entrada de guerreiros. Aliás, “Gverreiros” (sim, com “V”, à moda de Bracara Augusta).
Stoijiljkovic é um nome difícil de escrever, mas bem fácil de decorar para quem estiver atento a este Sp. Braga de Paulo Fonseca.

Foi o avançado sérvio que, praticamente no primeiro lance de jogo, inaugurou o marcador, com um desvio na área, após cruzamento do lateral Goiano. E foi também ele que teve boa parte da despesa ofensiva bracarense. Goiano também entrou endiabrado e, no lance seguinte, cruzou de novo para a área para o capitão viseense Tiago Gonçalves dar mão na bola na área e dar a oportunidade de Filipe Augusto ampliar.

Seis minutos de jogo, 0-2 para os favoritos. Havia 84 minutos por jogar e uma eliminatória quase decidida.

Vamos a isso, então...
 
A luta inglória dos Viriatos

O Académico foi acreditando e quase chegava ao golo num par de ocasiões ainda na primeira parte. O Sp. Braga facilitou no seu meio-campo-defensivo (Filipe Augusto cobre demasiado mal a bola para jogar a trinco…) e Bruno Carvalho foi agitando o ataque pelo flanco esquerdo do ataque do Académico. Ele, que nem sequer constava da ficha de jogo e entrou diretamente para o onze em cima da hora, para substituir Capela, e justificou bem a chamada de Ricardo Chéu.

Os beirões bem podiam ter reduzido por Tiago Costa, aos 31’, e por Tiago Borges, dez minutos depois. E no segundo tempo voltaram a ter as melhores oportunidades, ante um Sp. Braga de contenção, que foi gerindo o esforço e tentando controlar a partida. Bruno de Carvalho, pois claro, ainda levantou o Fontelo ao atirar à barra num remate cruzado.

No entanto, logo a seguir, os minhotos voltaram à carga e colocaram um ponto final na partida: Wilson Eduardo
apareceu de cabeça para carimbar o passaporte para a ronda seguinte da Taça. Román e Crislan entraram bem e  mexeram com o jogo. À vez, quase que faziam o quarto para a equipa de Paulo Fonseca, cuja exibição foi mais do que suficiente para justificar esta passagem tranquila à próxima eliminatória.

Os Viriatos lutaram ingloriamente e é com justiça que acabam por cair aos pés dos Gverreiros Minhotos (a referência romana, que o departamento comercial do clube aproveitou, ajuda nesta história).

Desta vez, ao contrário do que reza a história, não foi preciso o aliciamento por parte de um general romano e a traição de Audas, Ditalco e Minuros, durante o sono do líder da tribo lusitana.

Bastou aos viseenses entrarem a dormir em combate… E provarem o muito veneno ofensivo do adversário.