Jorge Jesus não esconde o descontentamento associado à eliminação da Taça de Portugal, diante do Sp. Braga, mas procura agora centrar-se nas duas frentes ainda em aberto (Liga e Taça da Liga), lembrando que a fasquia ficou muito elevada após os quatro títulos da época passada.
 
«Ainda só saímos da Taça de Portugal. Foi um tiro no porta-aviões, mas o porta-aviões tem muito poder e muita capacidade. Ganhámos quatro títulos na época passada, e tudo aquilo de que o Benfica possa sair está a perder em relação à época passada, tendo em conta que ganhou quatro títulos. Vamos ver quantos mais anos alguém vai fazer isso», afirmou o técnico encarnado.
 
Jesus fala em «nova responsabilidade, que não existia se o Benfica não tivesse vencido tudo». «Quando mais ganhas mais responsabilidade tens. Habituámos os nossos adeptos a ganhar tudo em Portugal. Sabíamos que dificilmente ganharíamos todas as competições nacionais novamente. Não quer dizer que não acreditássemos, mas sabíamos que era difícil», reforçou.
 
O treinador do Benfica defendeu, no entanto, que isso «não aumenta a responsabilidade». «Há poucas equipas que tenham vencido o campeonato e a Taça da Liga. Só o Benfica. Nós agarramo-nos ao que temos para ganhar. O objetivo, desde o início da época, é o bicampeonato, que o Benfica não consegue há muito tempo. Claro que queremos ganhar também as outras provas, e a Taça de Portugal é a prova-rainha. Todos os benfiquistas sentiram a eliminação com tristeza», reconheceu.
 
Relativamente às contas da Liga, o tal objetivo principal, Jesus garantiu que o triunfo do FC Porto sobre o V. Setúbal, que deixou os «dragões» a três pontos de distância, à condição, não aumenta a pressão para o encontro de domingo com o Gil Vicente.
 
«Não sentimos mais nem menos pressão. Qualquer destas equipas tem de jogar sempre com a pressão de ganhar», respondeu, uma vez mais.
 
No que diz respeito ao Sporting, Jesus não afasta em definitivo os «leões» da luta pelo título, mas diz que será difícil recuperar a desvantagem para os dois rivais. «Posso responder politicamente: em termos matemáticos ainda tem possibilidade. Mas não tem só um candidato à sua frente, e assim torna-se mais difícil. Mas não coloco totalmente de parte», respondeu.