O sorteio da Taça de Portugal colocou o Sporting num frente a frente com o Cova da Piedade e o duelo com a equipa da II Liga terá um significado especial para Jorge Jesus.

O treinador dos leões passou pelo clube de Almada enquanto jogador e confessou que ainda recorda esses tempos com saudade.

«O Cova da Piedade é um clube especial para mim, que me acarinhou, no meu primeiro ano de sénior foi o meu clube, havia zona norte e sul. O Sporting emprestou-me, com 17 anos e foi lá que dei os meus primeiros passos como sénior. É um clube que nunca esquecerei», começou por dizer o técnico leonino, em conferência de imprensa.

O reencontro só não será perfeito porque os piedenses não vão poder jogar no seu estádio, mas Jesus considera que a decisão de mudar o jogo para o Bonfim foi a mais indicada.

«Gostava que o jogo pudesse ser na Cova da piedade, mas era impossível do ponto de vista logístico, num campo que leva mil ou 2 mil pessoas, não tinha possibilidades de poder aceitar os adeptos do Sporting e isso traria confusão. Na minha opinião foi bem mudado em defesa da qualidade do jogo e em defesa dos adeptos», explicou.

Quanto à eliminatória em si, Jesus mostrou-se alerta, lembrando que a Taça é pródiga em surpresas, mas ao mesmo tempo confiante na passagem. Tanto é assim, que traçou logo uma final provável e colocou um dos grandes no Jamor.

«Competição diferente, mesmos objetivos, conquista de títulos. A prova-rainha, competição que me diz muito, desportivamente e também do meu passado como menino. Também diz muito aos que têm menos possibilidades, tanto é assim que este ano será um grande e uma equipa com menos capacidades de ganhar títulos»

«Estas equipas têm sempre uma motivação extra, porque lhes permite sonhar de ir ao Jamor, todos querem ir e nós também. Jogo competitivo, difícil, Cova da Piedade é da II Liga, mas uma coisa é jogar vários jogos e outra é um jogo, num jogo pode-se perder. Estamos conscientes das dificuldades, a mudança de chip é fácil, a responsabilidade é a mesma e queremos passar a eliminatória e faremos de tudo para conseguir», sublinhou, acrescentando ainda:

«O futebol é o único desporto coletivo em que uma equipa mais fraca em termos individuais pode ganhar. Em mais nenhum desporto coletivo pode acontecer, mas no futebol pode, por vários fatores.»