Numa época de crise, os clubes recorrem cada vez mais ao produto nacional. Sem pejo, as divisões secundárias passaram a ser vasculhadas à procura do tal diamante à espera de ser lapidado e, quiçá, no futuro multiplicar os seus quilates.

Há três anos, o Nacional descobriu em Penalva um jovem talento, de seu nome João Aurélio, que se impôs na Choupana e é agora um valor seguro. De primeira. É a alimentar esse sonho em Tondela que um ex-colega do extremo alentejano tem crescido, à espera de lhe seguir os passos, já neste defeso.

Tomé também joga pelo lado direito e, naquele ano, esteve quase de malas aviadas junto com João Aurélio para fazer a viagem de Penalva até à Madeira. «Falou-se disso na altura... mas tive azar com o empresário», desabafa o defesa/médio ao Maisfutebol, sem poupar nos elogios ao colega a quem a sorte ajudou: «Já na altura era raçudo e vê-se pelo que está actualmente a demonstrar.»

Referenciado em vários clubes

Desconhecido do grande público, Tomé apresenta-se na primeira pessoa: «Sou rápido, fisicamente forte e bom tecnicamente. Parecido com o Simão Sabrosa? Esse é mais extremo. Há quem me chame Maicon das Beiras [risos], por ganho facilmente a linha. Sou bom de trás para a frente.»

Com o mercado em plena ebulição, o jogador acredita que o futuro próximo lhe poderá trazer a tão almejada oportunidade de chegar ao escalão maior. «Sei que estou referenciado por alguns clubes da Liga, casos da Académica, P. Ferreira, Olhanense ou U. Leiria. Fiz uma grande época, joguei todos os jogos, e sei que isso atirou um pouco as atenções sobre mim. Fico feliz com o interesse, vamos ver se é desta...»

Se não acontecer, promete não baixar os baixos e continuar a tentar subir na carreira, passo a passo, sem queimar etapas. «Não é fácil chegar lá acima. Os clubes, muitas vezes, preferem ir buscar um brasileiro à IV ou V divisão do que apostar em portugueses da II Divisão.» Sintomático.