Norton de Matos quer «animação e uma moralização» no Restelo

O União da Madeira tirou a barriga de misérias no último fim de semana, ao golear no terreno do Sertanense, em jogo da Taça de Portugal, por 5-1. Depois de marcar apenas um golo nos últimos seis jogos, foi um bálsamo para a formação madeirense.

Luís Norton de Matos referiu por isso que espera capitalizar a goleada na segunda-feira, na deslocação ao Restelo para defrontar o Belenenses: o treinador reconhece no entanto que somar um ponto já seria positivo para o União da Madeira.

«Não sofrendo golos nunca perdemos o jogo, mas todos eles têm uma história diferente e vamos à procura do nosso momento de ter um resultado fora de casa que nos dê animação e uma moralização que precisamos», referiu.

O União da Madeira tem uma das melhores defesas do campeonato, com apenas quatro golos sofridos, a par de FC Porto, Benfica e Sporting de Braga, mas um dos piores ataques da prova, com apenas três golos.

«Há um processo de construção de equipa que não foi feita, infelizmente, desde o início. Houve jogadores que chegaram mais tarde, como o Fárias, o Bueno, o Chaby e o Danilo e não participaram na pré-época e isso traz consequências e por isso precisamos de jogos», acrescentou, Norton de Matos, assumindo que tem existido «alguma falta de eficácia», mas «que a qualquer momento a equipa irá dar uma resposta».

Norton de Matos disse que o triunfo do Belenenses em casa do Basileia (2-1), na Liga Europa, foi o corolário «da adaptação a um novo treinador e à construção de um modelo de jogo».

«Era previsível que o Belenenses, a qualquer momento, conseguisse dar uma resposta consentânea com o excelente plantel que tem», disse Luís Norton de Matos, lembrando que no início da temporada afirmou que «existem três equipas para o título, o que é crónico» e «quatro a cinco equipas a jogar para a Europa e o Belenenses é uma delas, pelo plantel que tem e pelo seu historial».

O treinador dos insulares realçou ainda que o Belenenses tem no seu plantel, «no processo ofensivo, jogadores que qualquer treinador da Liga gostaria de ter», como são os casos de Carlos Martins, Rúben Pinto, Miguel Rosa, Luís Leal e Kuca.

Norton de Matos recordou que o Belenenses tem «mais oito jogos oficiais que o União da Madeira e isso dá rotinas, entrosamento e ritmo de jogo e mesmo as derrotas que o Belenenses teve e foram pesadas, com o Benfica, o Porto e a Fiorentina, são derrotas que permitem construir em termos mais sólidos o futuro».

O facto de o Belenenses ter jogado na quinta-feira foi desvalorizado por Norton de Matos, por considerar que «o menor tempo de recuperação é um falso problema", pois diz preferir "o cansaço físico, com jogos em cima das pernas».

«A frescura e o cansaço têm a ver, sobretudo, com o aspeto mental. Com vitórias não há cansaço físico», adiantou, recordando que «o Belenenses apresenta-se com um historial recente de três vitórias consecutivas, sendo uma equipa extremamente moralizada».