Pedro Barbosa esteve em Camp Nou e assistiu a uma noite histórica na Liga dos Campeões. Ele conta-nos como foi viver ao vivo o Barcelona-Milan, 4-0
1. Camp Nou a rebentar. Ambiente fantástico. Arrepiante a forma como poucos minutos antes do início do jogo, o público cantou o hino do Barcelona e o amarelo, azul e vermelho coloriu Camp Nou. O apoio foi constante. Eles acreditavam na «remontada».
2. O Barcelona com a mesma filosofia de sempre, desta vez sem Puyol mas com o regresso do pequeno maestro Xavi. A pressionarem desde o apito inicial e a recuperarem muitas bolas (o que faltou no jogo da primeira mão) não deixaram o Milan respirar. Foram pacientes, por vezes lentos mas a levar a água ao seu moinho. A primeira parte é de total domínio e só um ou outro erro cometido dizia
que o Milan estava no jogo.
Os golos são a consequência desse domínio. A segunda parte trouxe um Barcelona a tentar o mesmo jogo mas a não conseguir, por mérito do adversário. Teve momentos em que foi obrigado a defender e aí os catalães revelavam alguma
insegurança.
O terceiro golo devia ter trazido mais tranquilidade mas isso não aconteceu. As grandes equipas também têm de sofrer e apesar de não estarem habituados, os jogadores do Barcelona fizeram-no.
O público sabia que já tinham dado tudo e era necessário aguentar por isso só restava apoiar.
3. O Milan surgiu fechado atrás e sempre com muitos jogadores. Uma estrutura sempre defensiva e apenas a desmontou em alguns momentos da segunda parte. Raramente quis jogar e quando o fazia era a velocidade de El Sharawy que procuravam mas era insuficiente a jogar no erro do adversário quase conseguia ter sucesso.
Na segunda parte mudou a forma de jogar, pressionando mais a frente tentando abranger o campo. Já era tarde e os espacos deixados acabaram por ser fatais.
4. Jordi Roura tem tido a tarefa de liderar a equipa no momento menos positivo dos últimos anos. Não foi contratado para isso e ficou apenas com a melhor equipa nas mãos. Nao é o líder que a equipa precisa mas não deixa de estar ligado a esta fase. Ontem mereceu festejar.
5. Allegri pensou numa estratégia defensiva na primeira parte e na segunda quando quis pressionar na frente intranquilizou a defesa cule mas não mais do que isso. O derrotado da noite.
6. No meu entender, estes foram os momentos do jogo: a excelente entrada do Barcelona, com o golo aos cinco minutos a dizer que acreditava na reviravolta. Erro de Mascherano, bola no poste de Valdés e no mesmo minutos o segundo golo do Barcelona. O quarto golo, mesmo no fim, que trouxe tranquilidade e certeza da passagem.
7. A figura mais uma vez foi Messi e ele decidiu. Marcou, pressionou e ajudou no processo defensivo da equipa num momento em que também é preciso algo mais do que jogar bem e ter qualidade.