O Sp. Braga mantém o comando do campeonato e eleva para seis pontos do F.C. Porto depois de ter vindo a Coimbra impor à Académica a sua primeira derrota caseira desde 2 de Outubro, quando uma goleada (2-4), frente ao Marítimo ditou o afastamento de Rogério Gonçalves. André Villas Boas ainda não tinha perdido em casa mas acaba por ver os três pontos voar porventura com algum exagero no resultado - o mais dilatado dos minhotos fora de casa - mas sem colocar em causa a justiça da vitória forasteira.

Os bracarenses continuam de vento em poupa, elevaram para seis o número de jogos sem perder, voltaram a não sofrer golos, num jogo de eficácia, que serviu como melhor resposta possível à eliminação da Taça da Liga, a meio da semana. Por outro lado, confirmou-se a tradição dos arsenalistas em fazer bons resultados na cidade do Mondego, onde já não perder desde 2003.

Equilíbrio desfeito da marca dos 11 metros

O equilíbrio foi a nota dominante desde o início do jogo. Com as equipas perfeitamente encaixadas, só o virtuosismo de um ou outro jogador conseguia fazer a diferença e, nesse aspecto, os bracarenses estão, naturalmente, melhor servidos. Também no desdobramento ofensivo os forasteiros mostravam mais acutilância mas, apesar disso, as oportunidades de golo escasseavam.

A Académica não desarmava e os comandados de Domingos Paciência sentiam dificuldades para chegar perto de Rui Nereu, mas foram crescendo, fazendo uma primeira ameaça por Meyong, que ficou a pedir grande penalidade por carga de Emídio Rafael. Não foi à primeira, foi à segunda. Pedrinho não resistiu a uma incursão de Mossoró e, com o braço, desviou o adversário do caminho, que acabou se estatelar no relvado. Da marca dos 11 metros, Meyong não perdoou desta vez. Cris poderia ter colocado tudo como no início da partida pouco depois mas o forte do laborioso médio dos estudantes não é a finalização, mesmo tendo em conta a soberana - a melhor da partida? - oportunidade para atirar a contar

A vantagem ao cair do pano sobre o intervalo permitiu certamente a Domingos relembrar o plano ensaiado durante a semana para uma segunda metade de jogo necessariamente diferente, face à previsível reacção da Briosa. Não se enganou o jovem técnico. Os estudantes voltaram a todo o gás dos balneários, mas agora eram eles que não conseguiam levar a melhor sobre a defesa menos batida da Liga.

Defender com competência e... Licá sofre um golo

Por esta altura, o Sp. Braga até dispunha das melhores oportunidades, em lances de bola parada, quase sempre com Hugo Viana como protagonista. Também Alan teve a tranquilidade à beira de um cabeceamento e de um remate, mas a pontaria do extremo não estava afinada.

André Villas Boas foi reforçando o ataque, à procura do empate, mas o muro arsenalista revelou-se intransponível. Já perto do fim, a expulsão de Rui Nereu, quando a equipa da casa já havia feito todas as substituições obrigou o avançado Licá a ir para a baliza, praticamente para sofrer o segundo golo, num livre irrepreensível de Matheus. A polémica parece perseguir Lucílio Batista, que não se livrou de mais uma assobiadela perto do final, devido a uma queda suspeita de Sougou na área.

Na próxima sexta-feira, o Sp. Braga recebe um Sporting em crescendo, num grande teste - para ambas as equipas.