O número de casos positivos de doping em Portugal mais do que duplicou em 2015 face ao ano anterior, passando de 16 para 36, num ano em que se chegou a um número recorde de 4.071 amostras recolhidas e analisadas.

Os dados foram apresentados esta segunda-feira por Rogério Jóia, presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), citado pela agência Lusa, que destacou «a eficácia que ninguém conseguira antes» no Programa Nacional Antidopagem, nomeadamente com o «aumento das recolhas feitas em competição, face aos casos extra competição».

«Apostar no reforço dos controlos fora de competição leva a uma política de mentira. Devemos procurar o doping onde ele está», reforçou, destacando que os 36 casos positivos em 2015 foram todos em competição.

Rogério Jóia apresentou algumas «marcas relevantes» no combate ao doping em competição, nomeadamente recorde de amostras recolhidas num único dia - 60, numa etapa da Volta a Portugal em bicicleta. «E este ano triplicámos», garantiu.

O evento desportivo com mais controlos foi o Nacional de natação de juvenis e absolutos, em dois dias, com 132 amostras colhidas.

Quanto às colheitas para o passaporte biológico também foram as mais altas de sempre, chegando às 523.

Rogério Jóia confirmou também o alargamento do passaporte biológico ao futebol em breve, afirmando que «é importante que isso aconteça, tendo em conta o mediatismo da modalidade e as verbas que envolve».

Aos 36 casos positivos em 2015 há a juntar outras sete situações de desrespeito do sistema de localização ou de fuga ao controlo de dopagem, em ligeira subida face ao ano anterior.

Analisando o quadro por modalidades, o futebol é de longe a mais controlada, com 1.555 amostras. Seguem-se o ciclismo, com 559, o atletismo, com 325, a patinagem, com 227, e a natação, com 182.

Com cinco casos positivos registados encontram-se o ciclismo, o kickboxing e o râguebi, mais um do que o futebol e o boxe. O andebol e o automobilismo tiveram três casos cada e a natação dois. Uma situação registada para atletismo, patinagem, voleibol, basquetebol e lutas amadoras.

O andebol regista o único caso de fuga ao controlo antidoping e quanto ao desrespeito pelo sistema de localização há dois casos no ciclismo e um no ciclismo, desporto equestre, ginástica, kickboxing e vela.

«Tratamos todas as modalidades da mesma maneira», garantiu o presidente da ADoP. «Acabou-se o bode expiatório do ciclismo, tratamos todos por igual», reforçou.