Mais de quarenta mil adeptos leoninos celebraram a sétima vitória em sete jogos de Sá Pinto em Alvalade. No fundo é isso apenas que justifica este sobe.

Não foi uma exibição brilhante, é verdade que não. Rui Patrício, por exemplo, estava a ser o melhor em campo até cometer aquele penalty nos descontos, o que diz muito sobre a noite desassossegada do Sporting.

Foi uma vitória sofrida, mas justificável, arrancada do fundo da alma depois de três quartos de hora sofríveis. A equipa soube despir a capa do preconceito e descer do pedestal onde a eliminação do Man. City fundamentadamente a colocou.

Soube ser outra vez o Sporting.

Ganhou, por isso. Ganhou bem. Fez o que tinha de fazer para se superiorizar a um adversário que tem bem mais talento no ataque do que o nome discreto ameaça.

Com isso alimentou a expetativa dos tais quarenta mil adeptos e manteve viva a chama leonina. Alvalade habitua-se a ganhar: e isso é fundamental nesta fase da vida do clube. Os adeptos recuperam a capacidade de sonhar, de acreditar, de se entusiasmarem.

A equipa ainda não encanta, é certo: nas tais sete vitórias o Sporting marcou doze golos, o que dá uma média inferior a dois golos por jogo. Mas isso por agora não é importante. Importante é continuar a ganhar e devolver às bancadas o fogo do paixão.

Alvalade cobre-se de verde (e de esperança). O que nos devolve aos anos noventa, quando o Sporting não ganhava mas fazia sonhar. Ter a ilusão da vitória é o primeiro passo para um dia voltar a ganhar.

P.S. Uma vitória por 2-1 sobre o Metalist parece curta, de facto. Mas é bom não esquecer que esta equipa ucraniana ainda não tinha perdido fora de casa na Liga Europa (num total de três golos sofridos e doze marcados). Em Kharkiv, por outro lado, já perdeu duas vezes. Se os números não forem apenas uma casualidade, o Sporting não conseguiu um bom resultado: conseguiu um excelente resultado.