O Boavista reagiu em comunicado à notícia divulgada terça-feira pelo «Diário de Notícias» que revelava escutas telefónicas do processo Apito Dourado, entre as quais uma conversa de Valentim Loureiro com Júlio Mouco, da Comissão de Arbitragem da Liga, a propósito do jogo com o Benfica na Luz da época 2003/04. O clube contesta o «timing» da notícia, na semana que antecede um encontro entre as duas equipas, e até defende que foi prejudicado nesse jogo.
Segundo o jornal, na conversa em causa Valentim Loureiro sugeriria a Mouco o árbitro Elmano Santos para a partida e dizia que não queria auxiliares da Madeira e de Lisboa. Haveria ainda um contacto de João Loureiro, presidente do clube, com um funcionário da Liga, para este dar um «toque» ao árbitro.
O comunicado do Boavista anuncia uma reacção à «notícia de ontem de um jornal diário e notícias e declarações de hoje em várias outras publicações», não fazendo referência à manchete de hoje do mesmo jornal, que dá conta de outras escutas que envolvem Valentim Loureiro e João Loureiro e vários árbitros e elementos ligados à arbitragem e respeitantes a outros jogos, também relativos à época 2003/04.
O comunicado do Boavista:
«1. Lamenta esta S.A.D. que uma situação já arquivada há meses pelo Ministério Público, referente a um jogo S.L. e Benfica ¿ Boavista F.C. na temporada 2003/2004, venha a público, como se fosse nova, num dito ¿jornal de referência¿, na semana que antecede um jogo entre ambas as equipas;
2. Tal facto, aliás recorrente antes de jogos entre ambas as equipas, que poderá ser interpretado como tentativa de condicionamento ou forma de turvar o ambiente que rodeia o jogo, é absolutamente intolerável, e de per si qualifica quem o praticou, bem como as fontes respectivas;
3. Não vai esta S.A.D. embarcar em fantasias e circos mediáticos, próprios de gente cujas sucessivas e erráticas afirmações e comportamentos não podem deixar de surpreender pela negativa quem acompanha o fenómeno desportivo nacional;
4. Pelo contrário este género de conduta apenas reforçará a união na Instituição Boavista F.C., aos seus mais variados níveis;
5. Saberão, além disso, os responsáveis por esta Instituição responder da forma adequada aos mentores desta inqualificável estratégia;
6. Quanto ao jogo em causa, para quem não se recorde ou não o queira recordar, o Boavista F.C. foi extremamente prejudicado, tendo acabado o mesmo com dois jogadores a menos em campo, o que afectou sobremaneira o resultado final, desfavorável à nossa equipa.»