Carolina Salgado foi acusada pelo DIAP do Porto (Departamento de Investigação e Acção Penal) por um crime de incêndio e um crime de ofensa à integridade física qualificada, na forma tentada. A arguida arrisca uma pena de prisão até dez anos.

A notícia foi avançada pelo semanário «Sol», na edição electrónica, e confirmada ao PortugalDiário pela defesa da arguida, que pretende requerer a abertura da instrução.

De acordo com o advogado José Dantas, a acusação é «frágil» e «assenta nas declarações de um indivíduo (Paulo Lemos, ex-namorado de Carolina) que muda de versão, de cada vez que presta declarações» e de um outro «que se encontra preso».

Em causa estão os incêndios ocorridos nos escritórios de Pinto da Costa e de um seu advogado, Lourenço Pinto, bem como de um solicitador, em Junho de 2006.

Carolina é ainda acusada por uma tentativa de ofensas corporais qualificadas ao médico Fernando Póvoas.

Segundo a acusação, Carolina terá convencido os dois indivíduos a agredirem o médico à saída do consultório, na zona das Antas. Os dois chegaram a deslocar-se às imediações do consultório, mas convencendo-se de que teriam sido filmados, acabaram por desistir. A ideia era agredir o clínico e roubá-lo para simular um assalto.

Paulo Lemos terá acedido porque, segundo a acusação, na altura mantinha uma relação amorosa com a arguida, o outro porque aquela lhe teria prometido um dose de estupefacientes.

Por seu lado, os incêndios nos escritórios de Lourenço Pinto, Pinto da Costa e Jorge Vieira Pinto (solicitador) teriam sido motivados pelo facto de Carolina ter sido informada de que o presidente do FCP possuía documentos assinados em que a arguida admitia ter recebido dinheiro emprestado para adquirir o carro e o apartamento.

Segundo a acusação, Paulo Lemos incendiou os escritórios, mas não provocou grandes estragos. O prejuízo é estimado em 5000 euros e colocou em risco bens no valor de um milhão de euros.

De acordo com a defesa de Carolina Salgado, esta arguida foi a única acusada no processo.

Contactado pelo PortugalDiário, Paulo Lemos não quis, «por enquanto», prestar qualquer esclarecimento.

A autora de «Eu, Carolina» está sujeita a termo de identidade e residência, a mais branda medida de coacção, mas o Ministério Público já pediu ao Tribunal de Instrução Criminal que fixe outra medida de coacção.