O rumo do Sporting para os próximos anos vai estar esta sexta-feira em cima da mesa na aguardada Assembleia Geral marcada para o Pavilhão Atlântico, depois de uma primeira tentativa abortada, a 23 de Fevereiro, por falta de espaço para acolher os milhares de sócios que compareceram no Centro de Congressos de Lisboa.
Em discussão vai estar a venda do património não desportivo do clube mas, como consequência, pode estar muito mais do que isso. Filipe Soares Franco, actual presidente do clube, já deixou claro que se a proposta for chumbada não será candidato às próximas eleições. Neste caso, seriam marcadas eleições para o próximo mês de Abril.
Desta vez vai haver espaço para todos e a proposta deve ir mesmo a votação, sabendo-se à partida que precisa de, pelo menos, dois terços dos votos da AG para passar. Em causa estão quatro fracções do património leonino que incluem o centro comercial Alvaláxia, o edifício sede junto ao estádio, a Clínica CUF e o Health Club. O principal argumento dos defensores da alienação apontam um passivo que cresce a passos largos para os 300 milhões, as limitações da tesouraria e a necessidade de investir na equipa de futebol, além da falta de vocação do clube para gerir aqueles espaços de forma rentável.
Soares Franco, depois da contestação que foi bem evidente na primeira Assembleia Geral, que acabou por ser adiada por falta de espaço, introduziu uma «pequena» alteração à sua proposta inicial, admitindo o direito de preferência numa possível recuperação do património que, agora, pretende vender.
As portas do Pavilhão Atlântico que, por curiosidade, também recebem hoje o XXVIII Congresso do Partido Social Democrata, abrem às 18 horas e a primeira chamada para a Assembleia Geral será feita às 19h30, mas a discussão promete prolongar-se pela noite dentro.