Pedro Nuno é atualmente treinador adjunto do Pioneros de Quintana Roo. O antigo jogador fez parte da equipa técnica vencedora da «Liga de las Américas». A competição continental, que junta clubes da América Central e do Sul é uma das mais poderosas do mundo, e esta foi a primeira vez que uma formação mexicana a venceu.

O Pioneros, sediado em Cancún, nunca tinha ganho um título. No jogo decisivo da final-four, que decorreu na Argentina, venceu o representante do país organizador, o Obras Sanitárias, por 87-79.

A hipótese de ir para o México surgiu através de um convite de Pep Clarós, treinador espanhol que já orientou o CAB Madeira. O antigo basquetebolista aceitou o convite e iniciou uma nova aventura.

Antes de ir para Cancún, o ex-internacional orientava os escalões de formação do Brandoense e chegou a ter a proposta para voltar a jogar no Illiabum.

«Houve essa hipótese de voltar a competir, mas com 40 anos não era aquilo que mais desejava», assumiu ao Maisfutebol.

Dinheiro e potencial não faltam

Em relação à realidade encontrada, Pedro Nuno viu um povo «que gosta principalmente de desporto. Os pavilhões têm boas condições, com ar condicionado e bons pisos. A nível financeiro a realidade é muito superior». A adaptação foi facilmente ultrapassada.

«A adaptação foi fácil, porque foram 3 meses muito intensos com muita preparação. Tivemos que trabalhar muito para estar ao melhor nível». «A Liga de las Américas é uma espécie de Libertadores», disse Pedro Nuno comparando a competição à congênere futebolística daquele continente.

Pedro Nuno lembra que o facto de o México ser um país tão populoso é uma vantagem. «Um país com mais de cem milhões de habitantes tem um potencial enorme. Em termos de organização ainda há muito que fazer, há dinheiro, mas ainda faltam percorrer algumas etapas».

No entanto, o treinador adjunto do Pioneros volta a realçar o potencial. «O México já teve vários jogadores na NBA. Aqui há um maior número de praticantes, e têm uma seleção excecional», disse.

A conquista do torneio foi tão importante que o presidente do México vai receber a equipa. «Hoje ou amanhã não sei bem», disse o treinador que neste momento se encontra em Portugal. Para Pedro Nuno esse foi mesmo o momento mais importante da aventura por terras americanas. «Foi espetacular», realça.

Futuro pode passar pela seleção mexicana

O futuro ainda é uma incógnita, o clube já propôs a continuidade, mas Pedro Nuno, apesar de recetivo, ainda não se decidiu. Os tempos mais próximos devem ser ocupados na equipa técnica da seleção mexicana.

O convite já foi feito, e as negociações estão adiantadas. A hipótese de disputar um torneio contra grandes equipas «como Porto Rico» é uma «outra realidade, um desafio muito interessante», confessou o técnico português.

Sobre a sua carreira enquanto jogador, Pedro Nuno destaca a saída para a Bélgica, já que foi um dos primeiros jogadores portugueses a abandonar o campeonato.

Em relação à atualidade nacional, Pedro Nuno considera que o facto do CAB Madeira ter desistido dos play-offs por falta de verbas «é algo gravíssimo. «O basquetebol perde credibilidade e fica num nível mais baixo. Cada vez menos jogadores estão interessados em jogar em Portugal», finalizou.