Não houve direito a surpresas, mas sim a confirmações. Enquanto o plantel é moldado, Mitchel van der Gaag apresentou o Belenenses 2013/14 aos sócios, perante um Reading de orçamento superior e com bom andamento, mas que teve pela frente uma equipa lisboeta já compacta e a mostrar trabalho feito. Ajudará, claro, o facto de o treinador ter elaborado um onze com atletas que transitaram da época passada. Mas para quê mexer muito se a temporada até foi de sucesso? Claro que a I Liga vai ter desafios que o Belenenses não teve na época anterior, por isso haverá sempre lugar a retoques. Para já, um empate (1-1) com os britânicos.

A Premier League ou o Championship inglês, o Reading desceu de escalão, têm uma intensidade que a liga portuguesa carece muitas vezes, mesmo que tecnicamente os britânicos não tenham os argumentos latinos. Não é mero cliché, este Reading é do mais puro que o futebol inglês moderno tem, se nos esquecermos das grandes equipas. Equipa em 4x4x2, curiosamente, Van der Gaag usou o mesmo sistema, ao contrário dos 4x3x3 da época passada, e a apostar na velocidade e habilidade de um homem: Obita.

O extremo-esquerdo causou alguns problemas, mas depois de um lance individual do extremo inglês, e, mais tarde, de um remate de Guthrie, o Belenenses começou a responder, depois de dois cruzamentos perigosos, até então os únicos lances ofensivos dos lisboetas. Fredy deu o mote com um remate cruzado, Tiago Caeiro apareceu para cabecear ao lado.

Até que surgiu o golo. Um lance absurdo do guarda-redes Alex McCarthy, que fintou Fernando Ferreira e depois cometu penalty sobre o médio do Belenenses, que lhe roubou a bola a seguir. Fredy não perdoou e os azuis do Restelo entraram no melhor período.

Arsénio continua a ser uma das melhores armas do Belenenses e por duas vezes rematou com perigo. Numa delas acertou no poste e confirmou a ligeira supremacia portuguesa.

Ainda era o «Belém», mas outra equipa entrou na segunda parte. Van der Gaag só deixou Mamadou e Diakité em campo: este último foi mesmo o único a jogar 90 minutos. O Reading fez quase o mesmo, mas a partir do minuto 60, quando lançou, entre outros nomes, o de Royston Drenthe, promessa holandesa que há muito deixou de ser, apesar de quando novo ter chegado ao Real Madrid.

No Belenenses, tempo para os três reforços da lista de elegíveis entrarem. Adilson, Tomás Costa e Luís Cortez entraram num jogo que era equilibrado, mas em que o Belenenses nunca perdeu o sentido da baliza contrária e, muito menos perdeu os mecanismos do primeiro tempo. Mas perdeu intensidade e, isso aliado a algumas tomadas de decisão errada, deu azo a que o Reading chegasse à baliza lisboeta na ponta final. Daí, Le Fondre empatou num remate à entrada da área.

Em resumo, foi um bom teste perante uns bons milhares de adeptos (só a bancada de sócios estava aberta) e ainda faltam aqui os internacionais sub-20 que serão mais-valia para Van der Gaag. Para já, há poucas novidades no Restelo. Em nomes e no futebol da equipa. Continua bem.

FICHA DE JOGO

Estádio: Restelo, em Lisboa

Árbitro: João Capela

Belenenses: Matt Jones; Duarte Machado, João Meira, Kay e Filipe Ferreira; Fredy, Fernando Ferreira e Diakité, e Arsénio; Mamadou e Tiago Caeiro

JOGARAM AINDA: Filipe Mendes, André Teixeira, Benny, Fábio Sturgeon, Rambé, Daniel Martins, Si Salem, Adilson, João Afonso, Tomás Costa e Luis Cortez

Reading: Alex McCarthy; Gunter, Morrison, Mariappa e Wayne Bridge; McLeary, Guthrie, Danny Williams e Obita; Blackman e Pavel Pogrebniak

JOGARAM AINDA: Le Fondre, Cummings, Gorkss, Pearce, Kelly, Akpan, Karacan, Drenthe, McAnuff e Jake Taylor

Ao intervalo: 1-0

Marcadores: 1-0 por Fredy (32min g.p.), 1-1 por Le Fondre (88min)

Disciplina cartão amarelo a Rambé (74min)