Weldon, pela 12ª vez esta temporada (e de novo no segundo lugar dos melhores marcadores, em igualdade com Cardozo), obrigou o adversário a esforço acrescido desde os cinco minutos, após excelente combinação com Zé Pedro, que o desmarcou na frente de Nilson. O Belenenses adiantava-se na primeira oportunidade e já depois de o Vitória ter visado a baliza de Júlio César.
Mas a vantagem não causou estranheza, já que o Belenenses, a remoer nos seis pontos perdidos na secretaria e na dependência de terceiros para poder sonhar com a Taça UEFA, entrou em campo sem fantasmas, por oposição ao V. Guimarães, que demorou a acertar o passo. Só a vitória servia as contas do terceiro classificado e a ausência de Mrdakovic era insuficiente para justificar o resultado, atendendo a que os azuis apresentaram-se até mais debilitados (sem Hugo Alcântara na defesa, para a estreia de Edson, e Ruben Amorim no meio-campo).
Aos 14 minutos, Rodrigo Alvim devia ter visto o cartão vermelho directo na sequência da dura entrada sobre Carlitos, mas Jorge Sousa ficou pelo amarelo, enquanto o jogador do Vitória, queixoso do braço esquerdo, teve de ser substituído.
Como os ses são do domínio das vitórias morais, o conjunto de Manuel Cajuda recuperou a atitude que tanto sucesso tem tido esta temporada e forçou o Belenenses a recuar. A ameaça começou por surgir dos pés de Momha, a testar a eficácia de Júlio César, e viria a tornar-se realidade dez minutos depois, aos 30, quando Flávio Meireles cabeceou com sucesso, após canto de Desmarets.
O empate foi recebido com entusiasmo pelos muitos vitorianos que se deslocaram ao Restelo, o que já era esperado, e numa altura em que o Sporting ganhava ao P. Ferreira por 1-0. Era preciso dar um empurrão ao espectáculo, que acabou por não ser, apesar de ter sido um jogo disputado de parte a parte.
A caminho do intervalo (39), Ghilas marcou para o Vitória, mas o árbitro tinha apitado já o fora-de-jogo quando a bola chegou ao avançado. Dois minutos depois, na baliza oposta, Nilson antecipou-se a João Paulo Oliveira, quando Sereno não conseguiu travar o avançado.
Nilson garante divisão de pontos
Esperava-se uma segunda parte acesa, mas, inacreditavelmente, o Vitória apresentou-se aquém do que sabe fazer e bem. A goleada sofrida na ronda anterior frente ao F.C. Porto terá deixado sequelas e permitiu ao Belenenses voltar a importunar Nilson. No mesmo minuto, 68, Weldon e Rafael Bastos ganharam espaço na área contrária, mas a defesa conseguiu recuperar e afastar o perigo; Zé Pedro lançou um chapéu do meio-campo para aproveitar o adiantamento de Nilson, mas o guarda-redes não permitiu mais que o calafrio.
Novo duelo entre o médio e o guarda-redes aos 77, para a defesa da noite do brasileiro: um grande remate de Zé Pedro que só encontrou oposição em Nilson. O Belenenses não tinha já nada a perder, ao passo que o Vitória tinha tudo. A última tentativa pertenceu, contudo, aos visitantes, com Ghilas a reclamar grande penalidade. O árbitro da AF Porto mandou seguir e bem, mas não custava ao atacante... tentar.
O jogo terminou como começou, ou seja, empatado, mas o final foi, de longe, infeliz para ambos. Pelo menos em termos de contas, pois no demais tanto Belenenses como V. Guimarães despediram-se do relvado debaixo de aplausos.
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Belenenses-V. Guimarães, 1-1 (destaques)
Belenenses-V. Guimarães, 1-1 (ficha)