A tradição cumpriu-se e o Benfica não conseguiu vencer na primeira jornada do campeonato. Os encarnados não vencem no arranque da Liga desde a temporada 2004/05. Tal como o Sporting e o F.C. Porto, o Benfica empatou frente ao Marítimo, 1-1, golos de Alonso e Weldon. Pouco para quem aspira ser campeão. Pouco para quem criou as oportunidades que criou. Pouco para o grande ambiente vivido na Luz.
Depois de o Benfica ter somado sete vitórias em dez jogos era normal que as expectativas fossem altas. Até porque as águias mostraram que conseguem aliar exibições agradáveis a bons resultados. Mas a verdade é que os quatro troféus ganhos servem apenas para alimentar o ego e agora é a doer.
Os encarnados entraram em campo com a informação de que o Sporting e o F.C. Porto tinham empatado. O que, à partida, poderia dar confiança e alguma moral. O conjunto orientado por Jesus entrou bem, veloz e com determinação. Mas o Marítimo fez «o trabalho de casa», como referiu Carvalhal, e fechou bem os caminhos para a baliza.
Alteração forçada e algum nervosismo
Isso enervou a equipa, que só apresentou uma alteração em relação ao jogo com o Milan: saiu Ramires, lesionado, para a entrada de Carlos Martins. Mas aos 17 minutos o médio acabou por ter de ser substituído, devido a lesão, dando lugar a Coentrão.
No minuto seguinte, Aimar fez estremecer a Luz, que tinha mais de 54 mil nas bancadas. O argentino atirou à trave, na cobrança de um livre. O Marítimo tentou responder e acabou por ganhar o penalty, por mão de David Luiz na bola. Alonso inaugurou o marcador, aos 24 minutos.
O intervalo chegou com o Marítimo a ganhar, mas foi o Benfica quem mais atacou. O mal é que «afunilou» demasiado o seu jogo, em vez de apostar na subida pelas alas. Apesar de Coentrão se ter deslocado para a esquerda, trocando com Di María. Existiu vontade, mas algum nervosismo e os madeirenses, em vantagem, trataram de fechar-se ainda mais.
Peçanha segurou (quase) tudo
Na segunda parte Coentrão melhorou. Aliás, o Benfica melhorou. Falar de sorte e azar é demasiado redutor, mas a verdade é que os encarnados fizeram o suficiente para terminarem com outro resultado. Sem fazerem uma daquelas exibições de «encher o olho», as águias construíram oportunidades para ganhar o jogo. Mas o destino parecia estar traçado.
Peçanha, a figura do jogo, defendeu um penalty cobrado por Cardozo, aos 74 minutos ¿ uma falta ganha por Saviola. Enquanto o guarda-redes do Marítimo teve uma noite inspirada, o Benfica teve um dia menos feliz.
Aos 86 minutos chegou o golo do empate, apontado por Weldon. O estádio explodiu de alegria e a festa das bancadas parece ter contagiado os jogadores, que terminaram o encontro a criar ocasiões atrás de ocasiões.
Especialmente pela segunda metade, poderia dizer-se que o resultado final foi: Benfica-Peçanha, 1-1.