O Benfica garantiu a esta quinta-feira a sua décima presença numa final europeia, a segunda consecutiva na Liga Europa, ao bater a Juventus por 2-1x. Jorge Jesus é, assim, o primeiro treinador do Benfica a chegar a duas finais europeias consecutivas depois de Bella Guttmann, o treinador húngaro que, no início da década de sessenta, venceu duas Taças dos Campeões Europeus (1960/61 e 1961/62) antes de lançar a famosa maldição que, depois de mais sete finais, continua por quebrar. Sven-Goran Eriksson também jogou duas finais, mas com sete anos de diferença.

A maldição de Guttmann: «Nem em cem anos o Benfica vai conquistar outra taça europeia»

Ainda na gloriosa década de sessenta, depois de Bélla Guttman, o Benfica perdeu mais três finais na Taça dos Campeões. A primeira, ainda com o estatuto de bicampeão, diante do Milan (1962/63), a segunda diante o Inter Milão (1964/65) e a terceira com o Manchester United (1967/68).

Quinze anos depois, o Benfica regressa às finais, com Sven-Goran Eriksson, em 1982/83, naquela que foi a sua primeira final na Taça UEFA, a antecessora da atual Liga Europa, perdendo diante dos belgas do Anderlecht, numa altura em que este título ainda se disputava em duas mãos.

No final da década de noventa, mais duas finais da Taça dos Campeões Europeus. A primeira com Toni, em Estugarda, em 1988, com uma derrota diante dos holandeses do PSV Eindhoven no desempate por grandes penalidades (5-6). Dois anos depois, em Viena, com novo desaire diante do Milan, no regresso de Eriksson, o segundo técnico do Benfica a bisar em finais.

Depois disto, só mesmo Jorge Jesus.

O atual treinador começou por chegar aos quartos de final da Liga Europa [eliminado pelo Liverpool], na sua primeira temporada, quando conquistou o primeiro título no Benfica. Depois foi até às meias-finais na segunda época [eliminado pelo Sp. Braga], enquanto na terceira passou pela primeira e única vez a fase de grupos da Liga dos Campeões e chegou mesmo aos quartos de final [eliminado pelo Chelsea].

Na última temporada, o Benfica alcançou a sua nona final, a primeira da era de Jorge Jesus, mas a maldição de Guttmann ditou a sétima derrota do clube da Luz em jogos decisivos, depois de um jogo equilibrado com o Chelsea, em Amesterdão, que se decidiu em tempo de compensação com um golo de Ivanovic (1-2).

Já esta temporada, o Benfica repetiu o mesmo percurso, afastando a Juventus em pleno palco da final para, no próximo dia 14, frente ao Sevilha, voltar a colocar à prova a maldição de Bélla Guttmann.

Será desta?

As dez finais do Benfica na Europa:

1960/61, Taça dos Campeões (Berna): Benfica-Barcelona, 3-2 (Bélla Gutmann)

1961/62, Taça dos Campeões (Amesterdão): Benfica-Real Madrid, 5-3 (Bélla Gutmann)

1962/63, Taça dos Campeões (Londres): Benfica-Milan, 1-2 (Fernando Riera)

1964/65, Taça dos Campeões (Milão): Benfica-Inter Milão, 0-1 (Elek Schwartz)

1967/68, Taça dos Campeões (Londres): Benfica-Manchester United, 1-4 ap (Otto Glória)

1982/83, Taça UEFA: Benfica-Anderlecht, 0-1 e 1-1 (Sven-Goran Eriksson)

1987/88, Taça dos Campeões (Estugarda), Benfica-PSV Eindhoven, 0-0 (5-6 gp) (Toni)

1989/90, Taça dos Campeões (Viena): Benfica-Milan, 0-1 (Sven-Goran Eriksson)

2012/13, Liga Europa (Amesterdão): Benfica-Chelsea, 1-2 (Jorge Jesus)

2013/14, Liga Europa (Turim): Benfica-Sevilha, 14 de maio (Jorge Jesus)