José Braz da Silva afirmou esta noite, em entrevista à TVI, que «a candidatura à presidência do Sporting é irreversível». Está por isso encontrado o primeiro candidato assumido. «Acredito que este é o projecto, este é o modelo que fará o Sporting sair da situação em que se encontra há quinze anos», referiu.

O empresário, no entanto, não nega a hipótese de abdicar de ir a votos em benefício de uma solução de consenso. «Não sei se pode acontecer. O espaço de uma eleição permite o debate de ideias e espero que todas as candidaturas de que se fala tragam projectos, ideias e deixem os sócios decidir.»

Ora nesse sentido, o candidato queria mesmo era falar do projecto dele. Um projecto que nasceu sob a promessa de uma injecção de 50 milhões de euros para reforçar a equipa de futebol. «O dinheiro é importante mas é preciso desmistificar os 100 milhões ou 500 milhões», começou por dizer.

«Este dinheiro não vem de Angola. Vem dos sócios do Sporting disponíveis para apoiar o clube», acrescentou, esclarecendo que vai colocar no mercado, e aberto apenas a associados, um produto para subscrição pública no valor de 50 milhões de euros. «Cada sócio pode subscrever até um milhão de euros.»

O antigo Estádio de Alvalade, adiantou, é um bom exemplo. «Foi construído por 150 milhões de euros: 50 milhões de euros veio de publicidade e outros 50 milhões de euros vieram de 40 sócios. Cada um desses sócios deu 1,250 milhões de euros e ainda avalizou um empréstimo a favor do Sporting.»



Os tempos são outros. Por isso, jura, os sócios também ganham em ajudar. «Hoje já não há ninguém que dê um milhão de euros. Por isso criei um produto, através de uma subscrição aberta aos sócios. É um fundo que tem uma racionalidade económica, com um retorno de oito por cento ao ano.»

«Este fundo é diferente. Num fundo as pessoas investem, os jogadores pertencem ao fundo e quando um jogador é vendido o fundo recebe o percentual que tem no passe. Neste fundo o sócio recebe oito por cento e o percentual do passe que sobrar da venda do jogador reverte para o Sporting.»

Se os associados do Sporting não subscreverem a totalidade do fundo, de forma a dar 50 milhões de euros, então sim, adianta Braz da Silva, entram o tão propalado capital angolano. «Se não for subscrito, há capitais disponíveis para cobrir o resto. Conheço sportinguistas que vivem em Angola.»

Este projecto materializado num fundo até já tem nome: FIFA 2011. «Fundo de investimento fechado e ambição», esclareceu. «Sem uma equipa de futebol forte, não há Sporting. Temos de ter os melhores jogadores, os melhores activos, temos de ser campeões. Isso significa investir dinheiro na equipa.»

Por fim, o candidato deixou ainda a garantia que, apesar de projecto novo, não vai abdicar de nenhum dos actuais funcionários. «Conto com todos os que têm contrato. Se tiverem capacidade para levar o nosso projecto até ao fim, conto com eles. Comigo os contratos são para levar até ao fim.»