O contrato de Oliveira Gonçalves com a Federação Angolana de Futebol (FAF) termina apenas em Dezembro deste ano. No entanto, já foi noticiado que o seleccionador podia ser afastado do cargo, caso não atingisse a segunda fase da Taça das Nações Africanas (CAN). Em entrevista ao Maisfutebol Angola, o professor falou dos temas quentes da Selecção e, pela primeira vez, abordou o a sua continuidade à frente dos Palancas Negras. Sobre esse assunto é claro: exige mais respeito aos críticos.
«Tenho contrato até Dezembro de 2008, mas já me foi proposta a renovação até 2010. No entanto, uma vez que a Direcção da FAF termina mandato em 2008, para mim não faz sentido renovar até 2010», começou por explicar Oliveira Gonçalves.
Sobre a notícia avançada na semana passada, o seleccionador afirma que não sabe de nada, mas que continua a trabalhar descansado. «Não sei quem disse isso, mas não estou preocupado com o facto de a minha continuidade na Selecção estar dependente do que acontecer no CAN. Desde que assumi a Selecção Nacional, desde que sou treinador, estou preparado para ir dormir empregado e acordar despedido», declarou o técnico, soltando uma gargalhada e acrescentando que «é a vida de todos os treinadores», pois «todos entram e saem dos cargos».
No entanto, Oliveira Gonçalves coloca o dedo na ferida: «Acho que, por aquilo que eu e esta equipa técnica temos feito no futebol nacional, as pessoas têm de respeitar-nos. Tal como os compromissos e os acordos devem ser cumpridos. Tenho contrato até final do ano e quero cumpri-lo. Se alguém achar, no final do CAN, que devo sair, tudo bem, não há problema.»
Habituado aos desafios
O seleccionador reitera que está preparado para continuar à frente dos Palancas, pois está «habituado a ter desafios», e que os superou desde que chegou ao comando da equipa, numa resposta aos críticos. «Quando assumimos a Selecção, o objectivo era colocá-la no CAN 2006. Contra as expectativas colocámo-la no Mundial. Depois, o desafio era estar neste CAN, para ser o terceiro consecutivo e já estamos a trabalhar numa base para 2010. Mas isso não quer dizer que nós vamos ficar. Porém, o treinador que vier vai encontrar alicerces para 2010», argumentou o treinador.
Ainda que esteja preparado para permanecer no cargo após o CAN, Oliveira Gonçalves não esconde que também tem ambições. «Vamos procurar trabalhar para ter outras aventuras, quer em Angola, quer fora, porque também tenho a intenção de treinar uma selecção ou um clube que não sejam no meu país. Na Europa ou em África, é um desafio que coloco a mim mesmo», concluiu o seleccionador.