Quem diria que seria tão fácil? Explique-se: os minutos iniciais faziam antever um jogo difícil para a equipa portuguesa. Mas não passou de uma ilusão, pura e simples. O Boavista teve argumentos para ultrapassar os obstáculos que se atravessaram pelo caminho, especialmente no primeiro quarto de hora. 

As ferramentas de Jaime Pacheco para aniquilar o Barry Town surtiram efeito e o jogo acaba por não ter história. Três golos da equipa portuguesa dissiparam todas as dúvidas (será que elas existiram mesmo?) e confirmaram o apuramento para a Taça UEFA. 

Esperava-se um jogo duro, face às características do futebol galês, e a ideia inicial acabou por confirmar-se. No entanto, os argumentos axadrezados foram suficientes para derrotar o Barry Town: a técnica superiorizou-se à força, mas foi preciso muito empenho. E também uma pontinha de sorte. Só isto e nada mais. Simples? Parece fácil, mas os britânicos chegaram a mandar no encontro. Os jogadores de Peter Nicholas procuraram mostrar uma pontinha do seu futebol, que, de facto, não passou disso mesmo. 

A nesga de sorte boavisteira aconteceu ao minuto 13, quando os axadrezados concretizaram a primeira oportunidade de perigo que tiveram nos pés. Rogério tranquilizou a equipa, que estava a ter alguns problemas para contrariar o domínio galês. A partir daí, as bancadas calaram-se num abrir e fechar de olhos. Os muitos gritos «Barry!!!, Barry!!!» cessaram. E o Boavista começou a dispor as suas peças no terreno e a circular a bola de pé em pé. 

«Atarantadinhos» de todo 

O futebol à portuguesa que Jaime Pacheco pedia na véspera acabou por fazer efeito. As combinações entre Duda, Silva e Rogério puseram a cabeça do Barry Town em água e os galeses depressa evidenciaram uma colecção de fragilidades. O Castelo de Cardiff desmoronou-se aos pés do Boavista, que depressa tomou o pulso do jogo e nunca mais o largou. 

No meio-campo, Sanchez pautava o futebol da equipa portuguesa e os restantes golos surgiram com naturalidade. Tão simples como o respirar. O Barry Town ainda reagiu, mas de nada valeu. O resultado já estava feito e o Boavista esfregava as mãos de contente, consumado o apuramento para a primeira eliminatória da Taça UEFA.