O uso de meios tecnológicos auxiliares do trabalho dos árbitros há muito que vem sendo discutido, mas a verdade é que a questão ainda não passou dessa fase. Numa altura em que muito se tem falado de erros da arbitragem, o Maisfutebol deu-lhe a conhecer o «Cairos» e foi saber a opinião de Vítor Pereira, um juiz que já se retirou dos relvados, mas que se mantém ligado a esta área, uma vez que pertence ao Comité de Árbitros da UEFA.
Vítor Pereira desconhecia a existência do «Cairos», mas deu a sua opinião sobre a introdução de sistemas tecnológicos como suporte do trabalho dos árbitros: «Genericamente, penso que esses meios devem ser experimentados, para que se possa verificar a sua utilidade e eficácia. Mas há que ter em conta que estes meios podem descaracterizar o futebol», alertou.
No entanto, o ex-árbitro tem uma ideia que, no seu entender, «faz mais sentido»: «Creio que poderiam ser usadas fotoeléctricas em cima da linha de golo». Um sistema que, ao que sabe, ainda não foi utilizado.
Estas células já fazem parte do nosso quotidiano. São elas que permitem que as luzes se acendam quando uma pessoa entra numa divisão ou abrem uma porta quando alguém se aproxima. No futebol, o funcionamento seria o mesmo: sempre que a bola transpusesse a linha de golo accionaria um mecanismo. Ou seja, acabariam assim as dúvidas sobre se a bola está dentro ou fora da baliza.
Pelo que conhece dos árbitros portugueses, Vítor Pereira acredita que estes «estariam receptivos» à utilização deste tipo de tecnologias. Para as usar, no entanto, é preciso o aval da FIFA e, até agora, o organismo não tomou qualquer decisão sobre este assunto.