Além do prémio de seis milhões de euros pela qualificação, que faz reforçar uma receita recorde para um clube português na Liga dos Campeões – 28,5 milhões em prémios diretos, mais o que é discriminado aqui, o apuramento do Benfica para os quartos de final da Champions, diante do Zenit assinala a 18ª vez em que os encarnados ficam entre as oito melhores equipas do continente desde a criação da Taça/Liga dos Campeões.

Um registo que deixa os encarnados entre os frequentadores mais regulares desta fase – embora a maior parte das presenças (13) tenha ocorrido antes de 1992, ano de transformação da Taça dos Campeões em Champions League.

Equipas com mais de dez presenças nos quartos de final desde a criação da Taça dos Campeões:

Real Madrid (33)

Bayern (26)*

Barcelona (19)*

Man. United (18)

Benfica (18)

Milan (17)

Juventus (16)*

Liverpool (13)

Inter (12)

Ajax (12)

* Ainda nos oitavos de final da presente edição

** FC Porto (nove presenças) e Sporting (uma) são as outras equipas portuguesas a atingir os oito primeiros.

Para o futebol português, o apuramento encarnado representa a chegada aos quartos de final pela segunda temporada consecutiva, depois de o FC Porto ter feito o mesmo na época passada. Um feito que já não sucedia há 21 anos: a última vez que equipas portuguesas estiveram entre as oito melhores da Europa duas temporadas seguidas aconteceu em 1993/94, com o FC Porto de Bobby Robson (eliminado pelo Barcelona na meia final da Champions) e em 1994/95, com o Benfica de Artur Jorge (afastado pelo Milan nos quartos de final).

Desde que passou a haver fase de grupos – incluindo a época de transição 1991/92, onde falhou a ida às meias-finais – o Benfica esteve cinco vezes entre os oito melhores e nunca foi além disso. Duas vezes na década de 90 (1991/92 e 1994/95) e outras três depois da viragem do milénio. Com Ronald Koeman, em 2005/06, caiu perante o Barcelona, futuro campeão. Com Jorge Jesus, em 2011/12, teve o mesmo destino perante o Chelsea.

Expectativa redobrada, assim, para ver qual o adversário dos encarnados no sorteio de dia 18. Para já, como potenciais parceiros, estão o Real Madrid, o Wolfsburgo e o PSG – que nesta quarta-feira afastou o Chelsea pelo segundo ano consecutivo, fazendo companhia aos encarnados, no apuramento e na vitória (1-2) fora de portas. Das restantes equipas na luta, Manchester City, Bayern, Barcelona e At. Madrid partem em vantagem para a segunda mão – mas terão de confirmar o favoritismo nos jogos da próxima semana.

Mais presenças entre os oito melhores nos quartos de final desde a criação do modelo Liga dos Campeões:

Barcelona, 15*

Bayern, 14*

Real Madrid, 14

Man. United, 13

Chelsea, 9

Milan, 9

Juventus, 9*

FC Porto, 7

Arsenal, 6*

Inter, 6

Liverpool, 5

Dortmund, 5

Benfica, 5

PSG, 5

* Ainda em prova nos oitavos

O máximo de Vitória(s)

Com o triunfo na Rússia, o Benfica somou a quinta vitória nesta edição da Liga dos Campeões – um máximo desde que a prova tem este figurino. Anteriormente, na versão Taça dos Campeões, Eriksson já tinha conseguido sete triunfos em 1989/90.

Para todos os efeitos, esta conquista permite a Rui Vitória juntar-se a um restrito grupo de elite entre os treinadores portugueses. Antes dele, apenas Artur Jorge (duas vezes com o FC Porto, antes da era-Champions e uma com o Benfica), António Oliveira (FC Porto e Sporting, este ainda na era da Taça dos Campeões), Fernando Santos (FC Porto), José Mourinho (FC Porto), Jesualdo Ferreira (FC Porto) e Jorge Jesus (Benfica) tinham conseguido semelhante conquista ao serviço de clubes nacionais nas últimas duas décadas. Antes deles, Mário Wilson Toni (Benfica) também tinham atingido os quartos de final da Taça dos Campeões, em 1975/76 e 1987/88.

Alargando o campo a treinadores portugueses ao serviço de clubes estrangeiros, teremos de incluir Carlos Queiroz (2003/04, no Real Madrid), Leonardo Jardim (2014/15, no Mónaco) e, claro, repetir a referência a José Mourinho que, para além da conquista da Champions pelo FC Porto, em 2003/04, chegou mais sete vezes aos oito melhores da Champions, no Chelsea, (três) no Real Madrid (três) e no Inter (uma, conquistando o troféu). 

Ombro a ombro no ranking

A vitória e apuramento do PSG impediram que o triunfo encarnado em São Petersburgo garantisse a Portugal, desde já, o quinto lugar final no ranking da UEFA – algo que é ainda possível, dependendo dos próximos resultados na Liga dos Campeões, e também do desempenho do Sp. Braga na Liga Europa. Embora o número de equipas na temporada 2017/18 não mude, a diferença entre o quinto e sexto lugar equivale a dispensar uma ronda de qualificação, com a terceira equipa nacional a aceder diretamente ao play-off, sem ter de passar pela terceira pré-eliminatória.

Seja como for, a vitória em São Petersburgo reforça o estatuto do Benfica como a equipa com maior contributo para o desempenho português no ranking da UEFA, calculado nos últimos cinco anos. Os encarnados têm já mais de um terço do total da pontuação portuguesa, bem à frente de FC Porto (26,7%) e Sporting (14%). O Sp. Braga, ainda em prova, pode aproximar-se um pouco mais dos leões, caso consiga deixar pelo caminho o Fenerbahçe.

Veja o contributo de cada clube português nas provas europeias

Total de pontos: 52,415

Benfica: 18,000 (34,3%)

F.C. Porto: 14,000 (26,7%)

Sporting: 7,500 (14,3%)

Sp. Braga: 5,167 (9,9%)

Estoril: 1,750 (3,4%)

Marítimo: 1,333 (2,5%)

Belenenses: 1,167 (2,1%)

V. Guimarães: 0,917 (1,8%)

Rio Ave: 0,917 (1,8%)

Académica: 0,667 (1,2%)

Nacional: 0,500 (1,0%)

P. Ferreira: 0,500 (1,0%)

Distribuição época a época

2015/16

Total: 59 pontos a dividir por seis equipas (9,833)

Benfica= 21 (3,500)

Sp. Braga=12 (2,000)

F.C. Porto=11 (1,833)

Sporting=8 (1,333)

Belenenses=7 (1,167)

V. Guimarães=0

2014/15

Total: 54,5 pontos a dividir por seis equipas (9,083)

F.C. Porto = 27 (4,500)

Sporting= 10 (1,667)

Benfica= 8 (1,333)

Rio Ave=5,5 (0,917)

Estoril=4 (0,667)

Nacional=0

2013/14

Total: 59,5 pontos a dividir por seis equipas (9.917)

Benfica=29 (4,833)

F.C. Porto=16 (2,667)

Estoril=6,5 (1,083)

V. Guimarães=4 (0,667)

Paços de Ferreira=3 (0,500)

Sp. Braga=1 (0,167)

2012/13

Total: 70,5 pontos a dividir por seis equipas (11.750)

Benfica=26 (4,333)

F.C. Porto=20 (3,333)

Marítimo=8 (1,333)

Sp. Braga=7 (1,167)

Sporting=5,5 (0,917)

Académica=4 (0,667)

2011/12

Total: 71 pontos a dividir por seis equipas (11.833)

Benfica=24 (4,000)

Sporting=21,5 (3,583)

Sp. Braga=11 (1,833)

F.C. Porto=10 (1,667)

Nacional=3 (0,500)

V. Guimarães=1,5 (0,250)