As duas federações da ilha dividida de Chipre consideram que há um interesse comum em voltar a juntar as equipas cipriotas, tanto gregas como turcas, num campeonato comum, pela primeira vez nos últimos 50 anos.

«A comunidade de futebol no Chipre pretende uma solução para o problema futebolístico que existe atualmente», afirmou o presidente da Federação Cipriota de Futebol (CFA), Costakis Koutsokoumnis, aos jornalistas, durante um encontro com uma delegação da Federação Cipriota Turca (KTFF), que visa terminar a segregação política forçada.

Koutsokoumnis confessou que há a possibilidade de obtenção de resultados iniciais nos próximos dois meses, uma vez que os dois lados, com uma bola pelo meio, estão de acordo em quase tudo. «Durante a reunião percebemos que existe um interesse comum de ambas as partes para unir o futebol no Chipre e que os dois lados têm vontade e determinação para resolver os problemas», concluiu.

O líder da KTFF, Hasan Sertogul, considera que ambos os lados pretendem manter a política fora da discussão. «O nosso interesse é o futebol e não a política. Espero não desapontarmos aqueles que confiam em nós para arranjarmos uma solução para estes problemas», afirmou Sertoglu, que espera «boas notícias» no final dos contactos entre as duas delegações.

A CFA é reconhecida pela FIFA e UEFA como a única autoridade legítima para o futebol no Chipre, enquanto a federação cipriota turca não é legitimada. Fundada em 1934 por seis equipas do lado grego e duas do lado turco, a CFA era uma liga comum a ambas as fações até 1955, quando os gregos cipriotas combateram contra a regra colonial britânica.

Os clubes cipriotas turcos decidiram então formar a sua própria federação, com competições separadas, aceitando o facto de estarem afastados das competições internacionais. O contacto desportivo entre clubes dos dois lados é raro, mas esta última intenção pode ajudar a mudar a situação desportiva no país.

A próxima reunião entre as duas federações terá lugar no norte do Chipre, controlado pelos turcos, a 17 de janeiro do próximo ano.