O Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol instaurou um processo de inquérito para averiguações a Cunha Leal devido ao «caso Mateus». O plenário de juízes federativo quer saber por que razão o director-executivo da Liga de Clubes emitiu despacho de cancelamento do registo provisório da inscrição do jogador, o que, diz o comunicado da Liga, acabou por impossibilitar a utilização do angolano em diversos jogos da Liga.
Cunha Leal já tomou conhecimento deste processo de inquérito, imposto na sequência de uma queixa do Gil Vicente à Federação, e prepara a resposta que se baseia no facto de apenas ter cumprido as determinações impostas pela regulamentação desportiva, a qual garante que um jogador que tenha sido inscrito como profissional e depois tenha passado a atleta amador, não poderá voltar a ser inscrito como profissional no prazo de dois anos.
Ora Mateus tinha sido inscrito na Liga como jogador profissional quando estava ao serviço do Felgueiras, passando depois a atleta amador num contrato rubricado com o Lixa, da II Divisão. Nesse sentido, quando foi contratado pelo Gil Vicente, Mateus não poderia ser inscrito como profissional. Ora como foi exactamente isso que aconteceu, a Liga e a Federação recusou o processo de inscrição do jogador, sem o qual Mateus não podia jogar.
Depois disso o Gil Vicente recorreu para os tribunais civis e conseguiu uma decisão que lhe era favorável, pelo que Liga e Federação acabaram por permitir a inscrição do jogador. Mas na mesma altura, as entidades responsáveis pelo futebol português interpuseram um recurso no mesmo tribunal, que revogou a decisão anterior, pelo que Liga e Federação acabaram por levantar outra vez a inscrição do jogador e impedir Mateus de jogar até ao fim da época.