Antigo director-geral do Manchester United e do Chelsea, Peter Kenyon esteve associado a duas das transferências mais marcantes do futebol português: a de Cristiano Ronaldo para os «red devils» e a de José Mourinho para os «blues». De visita a Portugal para participar no congresso «Football Talks», organizado pela Liga, o inglês escolheu qual, desses negócios, foi mais importante na sua carreira.

«Tenho de dizer Mourinho, pois é o melhor dos melhores. Foi o catalisador da mudança que eu e o Roman (Abramovich) fizemos no Chelsea. Foi campeão logo na primeira época», respondeu Kenyon.

Assumindo-se «grande seguidor do futebol português», o dirigente destaca o número de jogadores que o nosso país produz, e realça as seis botas de ouro arrebatadas por jogadores lusos, as últimas duas por Cristiano Ronaldo. «É o melhor jogador do mundo», disse Kenyon, de forma peremptória, antes de recordar o processo de contratação do jogador: «Estivemos na inauguração do estádio (Alvalade), e o plano era contratá-lo e deixá-lo no Sporting, mas ele jogou tão bem que todos - Ferguson, Keane, Giggs - diziam que o tínhamos de levar logo. Diziam que era o melhor jogador que tinham defrontado.»

O Sporting é, de resto, uma «mina» que o inglês continua a explorar. Já esta época esteve envolvido na compra de percentagens dos passes de alguns jogadores do emblema leonino (Elias e Wolfswinkel, por exemplo), através de um fundo sediado em Dublin.

Nesta visita a Portugal Peter Kenyon falou ainda de André Villas-Boas, actual treinador do Chelsea, clube que o dirigente deixou em 2009. «Ainda está no início. Começou muito bem e está agora num clube com grande ambições. Tem a oportunidade e qualidade, mas só há um Ferguson e um Mourinho», respondeu.