A ministra da Saúde, Marta Temido, explicou este sábado a divergência nos boletins da DGS entre o número de casos confirmados de covid-19 e o número de testes positivos.

Portugal regista este sábado 15.987 infetados com covid-19, doença que já causou 470 mortes, mas o Ministério da Saúde tinha dito na sexta-feira que mais de 17 mil testes já deram positivo.

«O número de casos confirmados corresponde ao número de doentes com teste positivo, mas um doente pode ter realizado vários testes com resultado positivo», disse Marta Temido aos jornalistas na conferência de imprensa diária.

«Cada caso confirmado pode corresponder a mais do que um teste positivo. Mais, o critério de cura é aferido pela realização de dois testes. Se uma pessoa for testada porque já não tem sintomas, mas demorar até ter o teste confirmar a cura, estes testes contam como positivos», frisou a ministra, adiantando que o Instituto Ricardo Jorge fez no início da pandemia, e continua a fazer nalguns casos, vários testes de confirmação, para garantir que todos os laboratórios estavam a utilizar os mesmos métodos.

A ministra disse que a infeção em Portugal «está na fase de planalto».

«Aquilo que se mantém em termos de constatação geral é que estamos numa fase de planalto. No entanto, todos estes resultados, como temos sublinhado ao longo dos últimos dias, são ainda dados muito preliminares e devem ser interpretados com cautela», disse Marta Temido e pediu também aos portugueses a continuação do esforço na redução da transmissão.

«Há aqui um aspeto inequívoco do qual não nos podemos distrair. Todos os nossos esforços precisam de continuar a ser no sentido de reduzir a transmissão», apontou, sublinhando a importância da «correta transmissão das mensagens de saúde pública» e apelando «à ajuda de todos».

A governante respondeu ainda às queixas dos municípios de que há uma proibição de divulgação de estatísticas regionais.

«Quero esclarecer inequivocamente que não há qualquer proibição de partilha de informação. Há, sim, um apelo claro a todas as entidades que integram o Ministério da Saúde, em especial as autoridades locais e regionais de saúde, se concentram no envio de informação atempada e consistente para o nível nacional. Boletins parcelares podem ser causadores de análises fragmentadas. Acresce, pela dimensão de alguns dados, a possibilidade de violação do segredo estatístico», garantiu Marta Temido.

A ministra da Saúde afirmou ainda que o Estado só vai assegurar os custos de tratamento dos doentes infetados com o novo coronavírus nos hospitais privados nos casos encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS 24).

«Sempre dissemos que a porta de entrada é desejavelmente o SNS 24 e, portanto, não faria sentido que utilizássemos agora um entendimento distinto daquele que sempre temos utilizado», disse a governandes, que explica que os custos associados ao diagnóstico e tratamento dos doentes no privado são assegurados pelo Estado sempre que as pessoas forem encaminhadas pelo SNS, mas não se procurarem por iniciativa própria os privados.

«O que ninguém entenderia certamente era que o Serviço Nacional de Saúde, de um momento para o outro, fosse também responsável financeiramente por aquilo que têm sido os atendimentos dos utentes que pela sua livre vontade, por sua iniciativa, escolheram dirigir-se a um prestador privado», considerou Marta Temido.