Numa altura em que se afirma que mais de 70 por cento dos futuros do crude estão nas mãos dos especuladores, o petróleo volta a renovar máximos. Já ultrapassou os 142 dólares por barril e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) admite que pode chegar aos 170 dólares no Verão. E esta escalada parece não ter fim.

A Agência Financeira contactou um especialista em energia, para saber quais poderão ser as consequências desta realidade. Em última análise, «a economia vai piorar face ao que já está», caso o petróleo continue a registar estas subidas, afirmou o analista de energia do IMF, Ricardo Marques.

Quando questionado se a especulação é ou não a principal culpada da alta dos preços, o analista considerou que «o investimento no activo de petróleo é uma das principais culpadas da alta do preço, actualmente» já que o investidor profissional tem muito peso sobre isso.

O especialista acredita que «o consumo vai continuar a cair à medida que os preços forem subindo», como já acontece nos EUA.

Quanto à subida dos combustíveis em Portugal, acredita que as gasolineiras não se estão a aproveitar das constantes subidas do preço do petróleo, e acrescenta que, caso isso esteja a acontecer, é de forma «marginal».

À medida que o gasóleo e a gasolina sobem, quem ganha com toda esta polémica? Ricardo Marques não tem dúvidas: «Ganham os produtores da matéria-prima e quem investe em fundo de petróleo».

Vários países têm admitido aumentar a produção de petróleo, mas o analista concorda com as vozes que têm dito que esta escalada do preço da matéria-prima «não acontece por restrições na oferta».