O Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) recusou dar provimento ao recurso da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), no âmbito do castigo de três jogos à porta fechada aplicado ao Vitória Sport Clube, devido aos insultos racistas a Marega.

Apesar de referir que se encontra demonstrado que o então jogador do FC Porto foi «efetivamente alvo de cânticos proferidos repetidamente e em uníssono», de teor racista, o órgão jurídico entendeu que «a prova produzida não pode levar à conclusão de que o Vitória Sport Clube consentiu ou tolerou os cânticos racistas em causa». 

O órgão jurídico vinca ainda que o relatório de policiamento desportivo e o depoimento prestado pelo chefe da PSP, Mário Jorge Correia da Rocha Cardoso, «vai no sentido da perceção da ocorrência dos cânticos racistas», argumentando, porém, que o «facto de as forças policiais terem percecionado os mesmos» não «quer necessariamente dizer que a demandante [Vitória Sport Clube] o tenha feito».

Recorde-se, que o avançado maliano abandonou o campo após provocações dos adeptos vimaranenses, a 16 de fevereiro de 2020.

O Conselho de Disciplina aplicou um castigo de três jogos à porta fechada ao Vitória, que recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto, que revertou a decisão, o que levou a Federação Portuguesa de Futebol a apelar para o TCAS, que agora se pronunciou.