Foi um longo campeonato, feito de ilusões, desilusões, tensão. O Maisfutebol faz uma viagem pelas frases marcantes da época, para lá do campeão nacional, a quem dedicámos lugar especial em discurso direto. Esssencialmente de treinadores, neste tempo as vozes quase exclusivas que chegam do interior das equipas. Há declarações sérias, arriscadas, a fazer-nos pensar, frases que marcam momentos importantes da época. E alguns momentos descontraídos, também. Da famosa conferência em que Nuno Espírito Santo nos fez um desenho a conversas sobre cavadelas e minhocas, mulheres em bares e patroas lá em casa. 

«Partiu-se do princípio de que tínhamos o jogo perdido, e a mim deu-me jeito isso»

José Couceiro, depois do empate do V. Setúbal na Luz para a 2ª jornada, 21 de agosto,

«Bas Dost jogou um pouco com as ideias dele, não as que a gente quer»

Jorge Jesus depois da estreia do avançado holandês na vitória sobre o Moreirense, 10 de setembro

«Melhor plantel? Não. Tenho é uma equipa trabalhada por mim. E se está trabalhada por mim, tem de ser a melhor. A diferença está no treinador»

Jorge Jesus, depois do jogo com o Real Madrid e antes da derrota com o Rio Ave para a 5ª jornada, 17 de setembro

«É inadmissível que num jogo da Primeira Liga portuguesa nós comecemos o jogo com uma câmara que não nos permitia ver metade do campo. Eu só via o jogo de pé»

José Couceiro, depois da derrota do V. Setúbal perder em Braga, 26 setembro

«Claro que o resultado deixa marcas. A ganhar 3-0, a jogar espetacularmente, tu levas três golos e não sabes bem como, o que é que tu podes fazer?»

Jorge Jesus, depois do empate em Guimarães para a 7ª jornada, 1 de outubro

«Isto só acontece de 50 ou 50 anos»

Pedro Martins, depois do empate do V. Guimarães com o Sporting, 1 outubro

«O FC Porto hoje jogou com dois jogadores emprestados: Diogo Jota e Óliver. Acham que isto é justo numa competição interna? Uns podem, os outros não podem. A diferença está em serem emprestado por um clube estrangeiro  ou serem emprestados por um clube nacional.»

Manuel Machado, 1 outubro, depois de perder com o FC Porto (0-4), sem ter podido utilizar Bolat, Victor Garcia e Tiago Rodrigues

«Enquanto treinador, vivo para sentir as coisas que um jogo destes nos faz sentir»

Jorge Simão, depois da vitória do D. Chaves sobre o Belenenses (3-1), para a 7ª jornada, 1 outubro 2016

«Têm tempo, não é?»

Nuno Espírito Santo, a pegar num marcador para fazer um desenho a mostrar o que é jogar à Porto, 22 de outubro. Seguiu assim: «O jogador do FC Porto assenta em três pilares, que eu no primeiro dia que cheguei falei: compromisso, cooperação e comunicação. Para jogar à Porto é preciso isso.» Mais uns traços: «Se dissermos que isto é a união, temos o que é fundamental para o FC Porto.»

«Este empate não é uma vitória porque só vale um ponto, mas pontuar contra estas equipas é entre aspas uma vitória, pois meio jogador do FC Porto, Benfica ou Sporting pagam a nossa estrutura toda»

José Couceiro, depois do empate frente ao FC Porto, 29 de outubro

«O que gostava era de marcar aos 94 e vencer»

Rui Vitória, 5 de novembro, antes do jogo com o FC Porto

«O ideal, para todos os treinadores, era que tivessem seis, cinco oportunidades, e metessem lá. Cada cavadela uma minhoca. Mas o futebol não é nada disso. Mesmo que estivessem Messi e Ronaldo na mesma equipa, iam falhar golos durante o jogo»

Jorge Jesus, depois da vitória sobre o Boavista, 26 de novembro

«Muitos jogadores nossos não estiveram no jogo»

Fabiano Soares, depois do último jogo como treinador do Estoril, a derrota frente ao V. Setúbal, 9 dezembro

«Se houvesse 18 Mourinhos cá, dois desciam de divisão»

José Pereira, presidente da ANTF, sobre as chicotadas psicológicas numa época que bateu recordes de saídas de treinadores na Liga; e aqui, a 16 de dezembro, ainda ia a meio

«Ao contrário do que o treinador rival disse, que é impossível preparar uma equipa em três dias, foi exatamente isso que eu fiz: preparei a equipa em três dias. Também conheço bem o treinador do Sporting»

Abel Ferreira depois da vitória do Sp. Braga em Alvalade como treinador interino, 18 dezembro

«Há mais de quinze anos que não tinha uma situação de fundo de tabela. E é normal que o momento seja vivido com algum desconforto e com algumas manifestações menos simpáticas»

Manuel Machado, 22 dezembro, depois da derrota com o Boavista, último jogo

«Não tenho a coragem de estar neste lugar, e de estar no terceiro lugar e dizer que vou lutar pelo quarto. Há um objetivo pontual que nós definimos, que nos vai permitir ter sempre uma meta pela qual todos iremos lutar que são 65 pontos»

Jorge Simão na apresentação como treinador do Sp. Braga, 20 dezembro

«O Sporting ganhou, quem marcou? Bas Dost... Não pode ser»

Jorge Jesus, sobre a dependência de golos do avançado no Sporting, 9 janeiro

«Após um resultado que não queria, o presidente foi ao balneário mostrar a sua insatisfação e nós, enquanto grupo e enquanto capitães, entrámos em diálogo, e nada mais»

Adrien Silva ao lado de William, os capitães do Sporting a falarem sobre alegado desentendimento com o presidente após empate em Chaves, 16 de janeiro

«O primeiro lugar, com o empate de hoje, torna-se mais difícil. Há o segundo lugar para ser disputado»

Jorge Jesus depois do empate frente ao Marítimo, 22 janeiro

 «Aqui há uma obsessão para que o treinador seja português»

Pedro Gómez Carmona, treinador do Estoril, 28 janeiro

«O FC Porto está na disputa do primeiro lugar e tirou-nos da disputa do primeiro lugar»

Jorge Jesus depois da derrota no Clássico do Dragão, 4 fevereiro

«É impossível escamotear, é um momento duro e difícil»

Jorge Simão, treinador do Sp. Braga, 5 fevereiro

«Isto é como as mulheres antes de as conhecermos. Parecem muito bem, mas quando começamos a dividir a casa de banho com a patroa é que vemos como tudo funciona»

Manuel Machado na apresentação como treinador do Arouca, 13 fevereiro

«Uma vez fui a um bar e houve uma rapariga muito engraçada que me chamou a atenção. Eu meti conversa com ela, sentei-me e estivemos a brincar e a beber uns copos até às 4h00. Rimos, divertimo-nos, foi um fartote. Depois, chega uma outra pessoa, um homem, e leva-a para a casa de banho para fazer amor com ela. Moral da história: pouco interessa o que se passou, mas eu tive muito mais posse de bola»

Jorge Simão, treinador do Sp. Braga, antes do jogo com o Benfica, 18 fevereiro, a citar uma história de Jorge Sampaoli que afinal o argentino nunca contou

«Bas Dost quando veio dizia que não sabia bater penaltis»

Jorge Jesus, 25 de fevereiro

«Não vi nenhuma referência ao quadro técnico do Nacional, que o descobriu num Candal ou Rio Tinto qualquer. Como ser humano espero que vá o mais longe possível. Desejo-lhe a maior sorte»

Manuel Machado a falar sobre Tiquinho Soares, 9 março. Afinal, Tiquinho tinha mesmo agradecido e o treinador pediu desculpa: «O Soares teve o gesto bonito de me oferecer a camisola no final do jogo e está tudo bem»

«Há muita gente a querer mal ao Marítimo neste momento»

Daniel Ramos, sobre a luta pela Europa, 18 de março

«Por vezes em Setúbal chego a ter apenas um jornalista na sala de imprensa»

José Couceiro, 19 março, depois do empate do V. Setúbal no Dragão para a 26ª jornada

«Defrontámos um adversário que tem, se calhar, 30 vezes o nosso orçamento. Isso não há em mais lado nenhum. Não há em Inglaterra, não há na Alemanha, não há em Espanha, não há em lado nenhum.»

José Couceiro, 19 março

«Tenho 1,90 metros, 105 quilos, não é fácil derrubar-me»

Nuno Espírito Santo sobre o lance com Jonas no clássico frente ao Benfica, 1 de abril

«Terão de deixar tudo de lado até ao fim, até a família e a vida social»

João de Deus, treinador do Nacional, sobre a fuga à descida que a equipa não conseguiu evitar, 9 abril

«No dia em que o Sporting for campeão, Portugal vai parar»

Jorge Jesus, 14 abril

«As pessoas veem o jogo e não analisam o jogo e depois vão falar a quente. Cada vez mais vivemos com gabinetes de comunicação agressivos e excessivos. Estamos a criar um problema que pode ter consequências muito graves. Espero que não, que não haja nada grave a nível humano, mas do ponto de vista social, estão a transformar um jogo numa guerra e não é»

José Couceiro, depois da derrota com o Sporting para a 29ª jornada, 14 abril

«Quero deixar a mensagem que não acabou»

Nuno Espírito Santo depois do empate do FC Porto com o Sp. Braga, 15 de abril

«Não podíamos falhar, não podíamos esperar outros jogos, tinha de ser hoje. Agora vamos ver um Arouca de trabalho e a querer mais, a subir na tabela e a tentar a melhor classificação possível»

Jorge Leitão, treinador do Arouca, a festejar a manutenção, cinco jornadas antes de acabar por descer de divisão, 15 de abril

«Vou começar a poupar para poder pagar a mariscada ao grupo»

Daniel Ramos, sobre a luta por um lugar na Europa, que o Marítimo conseguiu mesmo atingir, 22 abril

«Numa altura em que é já impossível atingir a meta dos 65 pontos, objetivo que propus quando aceitei assumir funções como treinador principal do Sporting Clube de Braga, entendi colocar o meu lugar à disposição»

Jorge Simão, sobre a saída do Sp. Braga, 26 de abril

«Há o medo de não voltar a ganhar»

Nuno Espírito Santo, após o empate do FC Porto com o Feirense, 23 de abril

«Muitas vezes levamos na tromba, mas temos de ser nós»

Luís Castro, treinador do Rio Ave, antes do jogo com o Benfica, 5 de maio

«Se calhar ninguém aqui tinha nascido na última vitória do Belenenses»

Domingos Paciência depois da vitória do Belenenses sobre o Sporting, 7 de maio

«Penta? Isto faz-me lembrar quando estamos no hospital, com um filho nas mãos, a saborear a criança e já nos estão a perguntar quando fazemos outro filho. Calma. Calma. Agora deixem-me saborear esta criança»

Rui Vitória, depois da conquista do tetracampeonato pelo Benfica, 13 maio

«Até eu duvidava se os meus atletas podiam jogar com esta qualidade»

Miguel Leal, treinador do Boavista, em balanço da época depois do empate com o Boavista na última jornada, 20 de maio

«A nossa imagem sai beliscada»

Nuno Espírito Santo após a derrota do FC Porto frente ao Moreirense na última jornada da Liga, 21 maio

«Tivemos esperança pelo Bas Dost, mas o Messi...»

Jorge Jesus, depois de o avançado do Sporting ter ficado a três golos de Messi na corrida à Bota de Ouro europeia, 21 de maio