Portugal perdeu duas oportunidades neste Euro 2007.
A primeira não é grave, acontece. A selecção ficou pelo caminho e isso impediu alguns jogadores desta boa geração, pela segunda vez, de atingir um lugar de honra na história dos sub-21. As duas selecções que participaram no melhor jogo do torneio, Inglaterra e Itália, sabem que uma delas (ou até as duas) sairá. É desporto, paciência. E não afecta em nada o valor que todos sabemos que os jogadores possuem.
A outra oportunidade perdida é de lamentar.
Mais uma vez, Portugal deixou de si uma imagem de país que protesta e perde a cabeça sempre que perde. Esta ideia, que se vai construindo nos outros países, de que temos mau perder é muito negativa.
As palavras ditas após o Holanda-Portugal foram claramente excessivas e veremos se a UEFA vai fazer de conta que não percebeu. Os jornalistas que acompanham o Campeonato da Europa perceberam e sobretudo aqui na Holanda o tema foi muito falado. Sempre com algum espanto à mistura. E deixando marcas na nossa reputação, que como se sabe já não é brilhante.
Também foi excessiva a «defesa» que se procurou fazer do treinador, José Couceiro.
Apesar de estar há muitos anos no futebol, Couceiro é também um jovem na profissão de treinador, que iniciou há apenas cinco anos, em Alverca. Por isso é aceitável que possa errar, como qualquer um no seu trabalho. Mesmo que tivesse 30 épocas de banco, obviamente teria sempre opções discutíveis e discutidas.
José Couceiro pode agora, se quiser, reflectir sobre o comportamento durante este Euro, sobretudo no período entre os jogos com Holanda e Israel. Se chegar ao fim e achar que fez tudo bem, essa será a terceira oportunidade perdida. O que seria uma pena, pois estamos a falar de uma pessoa com experiência em diversos cargos, boa visão global do futebol, e por isso com as condições essenciais para desempenhar um lugar de relevo.