Lisboa foi eleita na semana passada o melhor destino europeu de 2010, pela Associação dos Consumidores Europeus, num momento em que a greve dos pilotos da TAP, a concretizar-se, viria destabilizar o turismo da capital, pelo menos por alguns dias e com a Páscoa à porta. Depois de um ano difícil, a «medalha» atribuída à capital portuguesa veio dar um novo incentivo ao sector, a começar já pela época festiva.

Vídeo: o que pensam os turistas de Lisboa

«Esperamos uma enchente, principalmente de espanhóis, nesta altura que é muito boa para o turismo recuperar, depois de uma crise fortíssima como a que tivemos no ano passado», afirmou o director-geral do Turismo de Lisboa, Vítor Costa, à Agência Financeira.



Sem greve à vista, a capital agradece assim o consenso alcançado entre os pilotos e a administração da TAP. Vítor Costa considera que é «um acto de bom senso. A convocação de uma greve para esta altura seria quase como um atentado ao turismo». E explica porquê: «Estão em causa muitos postos de trabalho, muitas actividades económicas. Num momento como a Páscoa (um dos pontos altos do turismo), isso seria dramático».

Lisboa eleita melhor destino de férias europeu

O responsável atribui as preferências pela capital mais periférica da Europa ao facto de «Lisboa [conseguir] manter a sua autenticidade e ao mesmo tempo modernizar-se. Está em termos cosmopolitas ao nível das restantes cidades europeias».

E tem ainda uma característica que a torna especial: «Fazemos inquéritos regulares aos turistas e o que eles mais gostam de fazer é andar a pé. Lisboa preserva um bom ambiente em termos de circulação das pessoas», garantiu à AF.

Primeiros meses do ano com maiores taxas de ocupação

A par do reconhecimento dado pelos turistas à capital, o ano também arrancou com o pé direito: «Não digo que haja uma recuperação, mas há sinais de melhoria. Estamos a registar melhores taxas de ocupação, mais rentabilidade na hotelaria, o que nos dá alento para continuar».

Se para o ano que vem, vai haver novo prémio, não se sabe. Mas o Turismo de Lisboa compromete-se a trabalhar mais, porque há ainda arestas a limar. Vítor Costa reconheceu que «há muito a melhorar em termos urbanísticos. Há grandes obras a decorrer neste momento, por exemplo, na frente ribeirinha. Há equipamentos que são necessários para melhorar ainda mais a competitividade no turismo».

«Agora já atingimos um grau de reconhecimento e um posicionamento internacional relevante». Resta agora utilizar este prémio como «instrumento de promoção internacional». Fazer da capital, espera o Turismo de Lisboa, tema de conversa lá fora, pelos melhores motivos e, dessa forma, ser um foco de atracção e uma primeira escolha digna de registo na agenda dos turistas.