A França está à beira da catástrofe depois de ter perdido por 2-0 na Ucrânia. A exibição cinzenta juntou não só os dois golos sofridos, mas também as queixas físicas de Benzema (que só jogou 20 minutos), o apagamento total de Ribéry e ainda um cartão vermelho a Koscielny, que depois de ter feito penalti ainda agrediu Kucher (o defesa também viria a ser expulso por acumulação de amarelos).

Uma das primeiras reações surgiu do outro lado do canal da Mancha, com Gary Lineker a resumir o estado de coisas:


É um facto de que os golos de Zozulya e Yarmolenko colocam os franceses em muito maus lençóis e só uma exibição muito inspirada em Saint-Dennis na próxima terça-feira servirá para garantir presença no Brasil. Caso não consigam será a primeira vez que falham um grande torneio internacional desde 1994 (recorda-se daquele golo de Kostadinov em 1993?).

Quem também não gostou do vi foi o ex-internacional Louis Saha, como escreveu no twitter: «Não estamos mortos, mas o que aconteceu esta noite foi grave».

Quem sai muito mal da fotografia é Ribery, a grande esperança dos franceses, que pouco ou nada fez no estádio do Dinamo Kiev. A imprensa fala em «exibição indigente», «pesadelo» e assegura que só um «milagre» colocará os bleus no Mundial. Quando ao avançado campeão europeu e campeão alemão, digamos que o tal lugar reservado na sala para a bola de ouro poderá estar em risco e talvez Ribery tenha de reservar um lugar no sofá para ver o campeonato do Brasil pela televisão.

Deschamps sabe que a tarefa ficou muito complicada, mas é preciso reagir, como confessou na conferência de imprensa no final do encontro. «O que aconteceu hoje é que defrontámos uma equipa que não é fácil de jogar. Agora estão em vantagem e cabe-nos reagir na segunda mão. Eles têm uma equipa que acima de tudo pensa em defender e têm um bloco muito difícil de ultrapassar. Temos de reunir todas as nossas forças para inverter este estado de coisas», frisou.

Benzema concorda que é preciso algo mais para que as coisas mudem. «Quando sofremos dois golos é difícil, mas vamos fazer tudo para ganhar e qualificar-nos. No papel somos melhor do que eles, temos mais talento, mas isso não é suficiente para este tipo de desafios. Eles apostaram mais na componente física e a estratégia vingou. Agora temos de cerrar os dentes e correr alguns riscos», referiu o avançado.

«Mudar a receita»

Bem mais satisfeito estava Mikhail Fomenko. O selecionador ucraniano voltou a usar os seus jogos psicológicos para provocar os franceses. «Dou os parabéns aos meus jogadores pela exibição de hoje. O aspetos psicológico foi fundamental neste jogo, mas teremos de mudar a receita para a segunda mão e recuperar fisicamente», começou por dizer, indo ainda mais longe:

«Claro que ficaria mais satisfeito se tivessemos vencido por 3-0, como tivemos oportunidade para o fazer. Ao intervalo pedi aos meus jogadores para serem mais rápidos e eles responderam positivamente, multiplicando o número de ataques na segunda parte. É muito importante transmitir que tudo depende deles e a sua força mental foi um fator chave na partida. Para além disso, considero que o nosso primeiro golo foi crucial».