Esteban Granero recordou as três temporadas que realizou na equipa principal do Real Madrid, entre 2009 e 2012, depois de concluir a formação no clube merengue, numa equipa que contava com Cristiano Ronaldo, Kaká, Benzema e Xabi Alonso. Agora envolvido numa empresa de consultadoria que faz estudos e previsões sobre a evolução do novo coronavírus, Granero guarda boas recordações dos tempos em que jogou com o internacional português e ficou surpreendido pela forma rápida com que o antigo companheiro se adaptou à Série A.

O médio de 32 anos, que ainda joga, no Marbella, na II liga espanhola, tem outras valias além dos pontapés na bola. Tirou um curso de psicologia, foi critico literário num jornal espanhol quando ainda jogava na Real Sociedad, e está, desde 2015, na Olocip, uma empresa que trabalha com inteligência artificial e que está, agora, na linha da frente no combate à pandemia da covid-19.

Inicialmente, a principal atividade da Olocip foi a consultadoria a clubes de futebol, com destaque para um estudo que continha uma previsão exata do número de golos e assistências de Cristiano Ronaldo no primeiro ano na Juventus. O surgimento da pandemia da covid-19 levou, no entanto, a empresa a virar o seu foco para a luta contra o novo coronavírus e, nesse aspeto, Granero está na linha da frente.

«Começámos a trabalhar com o vírus quando o alarme disparou em Espanha. Juntámos-nos a uma plataforma, o problema era sério, merecia os nossos esforços. Começámos a fazer previsões sobre o progresso do vírus e dos contágios, para que pudéssemos ter o máximo de informação possível», começa por explicar Granero em declarações ao site Calcio Mercato.

Uma vida totalmente diferente depois de ter chegado a jogar na equipa principal do Real Madrid aos 18 anos. «Tenho boas recordações. Joguei no Real Madrid desde os oito até aos 18 anos e depois estive três anos na equipa principal. Estava com os melhores, conquistei muitos troféus. Sempre fui fã do Real Madrid, foi uma etapa excecional na minha carreira», lembra.

Assim que chegou à equipa principal, Granero habituou-se a ganhar ao lado de Cristiano Ronaldo. «As memórias relacionadas com o Cristiano Ronaldo são positivas, foi decisivo em cada e liga e em cada troféu que vencemos», recorda.

O médio não ficou surpreendido com o trajeto do internacional português, mas aplaude a forma como Ronaldo saiu da sua zona de conforto para ir para a Série A. «O Cristiano merece o meu aplauso por duas razões: a primeira é que teve de deixar uma realidade onde era bem pago e onde era um ídolo, para mudar de país e de campeonato. A segunda é que, apesar disso, o seu desempenho continuou igual. Tem cada vez mais a fome de vitórias que o caracteriza», acrescentou.

Granero ainda joga no Marbella, mas agora está totalmente empenhado em dar o seu melhor na luta contra a covid-19. «Como é o meu dia? Levanto-me, trabalho um pouco com meus colegas em inteligência artificial. Depois tomo café da manhã, treino e vivo a minha vida em família. Passo o tempo a ler ou a estudar, depois volto ao trabalho. Estamos muito ocupados», revela.

Mesmo agora que os números da pandemia começam a descer, Granero não baixa a guarda. «Estamos na fase de diminuição dos contágios. Tudo deve ser feito com segurança agora, e a inteligência artificial também pode ajudar, tanto para conhecer a evolução como para para simular diferentes cenários e entender o que podemos fazer. Estou otimista, estamos a reduzir o número de casos, mas sabemos que a situação permanece crítica e é difícil tomar algumas decisões. Estamos a aprender uma lição para o futuro. Mas manter a tensão alta é fundamental: não devemos cometer erros, o que estamos a viver deve servir de lição», referiu ainda.