Court Central quase cheio; sol, algum vento, como de costume. Federer entra e veste calções escuros, em contraste com o branco do pólo que usa. Do outro lado da rede, um alemão. Bjorn Phau já tinha vencido o número um do mundo, mas a diferença entre o jogo do suíço e do germânico é tão grande quanto os anos que separam essa derrota de Roger Federer perante um adversário que bateu nesta tarde, em dois «sets», no Estoril Open.

O número um mundial entrou a servir, tal como milhares de pessoas entraram nas bancadas, no decorrer do encontro. O primeiro ponto foi para Phau, mas ao 0-15 do alemão, o público respondeu com aplausos quando Roger Federer fez o 15-15. Muitas mais palmas se seguiriam. O suíço quebrou o serviço ao oponente para fazer 5-3; Phau teve três pontos para fazer o mesmo ao serviço de Federer. No entanto, com 0-40 no marcador electrónico, o helvético explicou por que razão é o número um do mundo e número um da história da modalidade. Acabou a vencer o primeiro «set» por 6-3, em menos de 40 minutos.

O segundo «set» foi mais longo, mas teve o mesmo desfecho. Ao vivo é ainda mais impressionante ver Federer, muito mais do que em 3-D, como mostrou a televisão netsa tarde. Os sons são mais nítidos, as chapadas da raquete na bola entram pelos ouvidos, a cara, tantas vezes sem expressão, é cada vez mais um semblante de campeão determinado em vencer. O primeiro passo para ganhar o Estoril Open pela segunda vez, depois de ter vencido em 2008, está dado. Phau caiu no segundo «set» por 6-4. Federer conseguiu a primeira vitória do ano em terra batida.

Pode argumentar-se que o adversário nem no top 100 está ou que Federer é de um mundo diferente. Pois, mas o suíço tenta provar isso mesmo em cada pancada que dá, ainda que o primeiro encontro no Estoril Open não tenha «puxado» por Roger Federer como talvez vá acontecer na próxima ronda. O adversário é Arnaud Clement, nono cabeça-de-série no torneio e 84º do mundo.