Vasco Seabra, treinador do Estoril, em conferência de imprensa, depois da derrota, em casa, diante do FC Porto (0-4), em jogo dos oitavos de final da Taça de Portugal:

Nove golos sofridos nos últimos dois jogos com Sporting e FC Porto: estes resultados podem abalar a confiança do grupo?

- Nós não olhamos muito em função daquilo que são os resultados, apesar de andarmos atrás deles. Não medimos o nosso sucesso ou insucesso pelos resultados. Agora, como é obvio, temos de analisar a falhas que tivemos. Já em Alvalade tínhamos registado algumas falhas e analisámos e aquilo que não fizemos tão bem, naturalmente, temos de corrigir. Temos de ser mais agressivos e mais compactos ao nível da largura no campo. Não tanto em profundidade, as nossas linhas estiveram sempre ajustadas, mas em termos de largura, não chegamos a todo o lado ao mesmo tempo.

Conceição considerou que Pepê foi uma das chaves do jogo, concorda?

- Mais do que o Pepê, acho que tivemos mais dificuldades em controlar a largura no lado contrário. Foi isso que nos empurrou para trás e não nos permitia pressionar. Ficou-nos a faltar a proteção nos espaços de dentro e isso não nos permitiu chegar à frente. O FC Porto também teve mais qualidade na circulação. Também não nego que podíamos ter marcado o primeiro golo e mudado a essência do jogo. Depois disso a vitória ficou justa da parte do FC Porto.

Rodrigo Gomes jogou à esquerda, mais subido, mas também esteve mais desaparecido. O que pretendeu com a mudança?

- A verdade é que na Taça da Liga o Rodrigo jogou à esquerda. Hoje fizemos entrar o Wagner na equipa, sentimos que podíamos ter o Rodrigo ali. Queríamos sair mais pelo lado do Rodrigo, na primeira parte conseguimos por três vezes, foi o nosso momento de pressão sobre o FC Porto. Não saiu bem da forma como pretendíamos, mas eram os intentos que tínhamos na cabeça.

O Estoril sai da Taça de Portugal, mas conseguiu gerir o plantel para o próximo jogo da Liga?

- Sim, conseguimos. Não nego que, durante o jogo, houve alguma gestão. O Rodrigo estava muito esgotado, o próprio João [Marques] estava com um amarelo e não quisemos que fosse expulso. O onze inicial tem a ver com a confiança que temos nos jogadores. Hoje também temos de dar mérito ao adversário. O FC Porto hoje foi muito competente e muito agressivo. Nós temos de aumentar a nossa agressividade em termos de ritmo do jogo.

Esta derrota vai obrigar a um trabalho anímico na recuperação dos jogadores?

- Não acredito, a energia que o grupo me passa todos os dias, não é uma energia que se deixa abalar por dois resultados mais volumosos. Temos de perceber o que fizemos bem e menos bem, é uma continuidade. Obviamente que estamos frustrados com o resultado, mas amanhã, a partir das 11h20, já não há muito para falar deste jogo, há para falar sobre onde podemos melhorar. Não podemos ficar agarrados a um mar de golos que não queríamos que tivesse acontecido. Também não embandeirámos em arco quando ganhámos ao Braga.