Calma, paciência e resistência. Três palavras que marcam o França-Albânia, encontro que ditou o primeiro apurado para a fase seguinte do Euro 2016. A jogar em casa e perante o adversário teoricamente mais acessível do Grupo A, os gauleses tiveram que saber manter a cabeça fria para conseguir vencer, novamente com o golo a chegar ao cair do pano. A Albânia surpreendeu pela forma como resistiu, quase até final, à pressão francesa, que aumentou exponencialmente na segunda parte. Uma lição de entrega de uma seleção que tem o destino (quase) traçado.

Depois de exibições apagadas no primeiro jogo, Pogba e Griezman começaram o jogo no banco. Para os lugares, Deschamps chamou Martial, claramente uma aposta falhada, já que esteve muito apagado nos 45 minutos em que esteve em campo, e Comam, que deslumbrou as bancadas com alguns pormenores de génio.

A França entrou melhor no jogo, mas pareceu surpreendida por a defesa da Albânia não só não ruir como um castelo de cartas, mas conseguir travar muito do ímpeto atacante dos gauleses. E, mais do que isso, encontrou albaneses sem medo de, sempre que conseguiam, tentarem chegar junto da baliza adversária. Lenjani conseguiu furar por algumas vezes, mas sem resultados de maior. Sadiku viu Lloris defender-lhe um remate. E, de bola parada, a Albânia também ia mostrando as unhas, com Memushaj a fazer a bola passar a um centímetro da barra, embora, diga-se em abono da verdade, com o guardião francês a controlar o lance.

Do lado francês, Payet fartava-se de trabalhar para levar a bola para a frente, mas Martial chegava lento, deixava-se antecipar pelos centrais albaneses. Coman subia pelo flanco, deslumbrava com fintas e pormenores bonitos, mas sem grandes resultados práticos também.

E assim chegou o intervalo, com Pogba já a aquecer. Entrou ao intervalo, para o lugar de Martial, e que diferença fez no jogo. Deschamps fez Matuidi subir no terreno e a França aumentou a pressão. A Albânia era encostada ao último terço do terreno, mas ia resistindo, não só por mérito próprio, mas também por demérito e azar alheio.

Giroud estava imparável a ganhar bolas no jogo aéreo, mas depois… atirava ao lado… por cima… até no poste acertou… só na baliza é que não. Acabou por sair com a mágoa de tanto ter tentado, mas nada ter conseguido.

Mas esta não foi a primeira bola a bater no poste. Antes, Memushaj, num lance muito confuso na área albanesa, cabeceia ao poste e depois caído no chão, ainda vê a bola bater-lhe na cabeça e sair. Foi a melhor ocasião de golo da Albânia.

A resistência albanesa causava mossa fisicamente aos jogadores. Ainda tentavam o contra-ataque, mas sem velocidade, e era preciso baixar rapidamente quando perdiam a bola, porque a França não parava que tentar o golo.

Pogba rematou por cima. Kanté atirou ao lado uma, duas, três vezes… O relógio não era amigo dos franceses, e a muralha albanesa parecia destinada a aguentar. Mas aqui entra a cabeça fria. A França não desistiu, nem entrou no jogo do desespero. Foi tentando, aproveitando os erros que o cansaço levou os albaneses a cometer e, em cima dos 90, Griezman aproveita uma falha de marcação e salta na área após um cruzamento de Rami, para colocar, de cabeça, a bola no fundo da baliza.

Tal como no primeiro jogo, o golo chegava ao cair do pano. E não havia força albanesa para reagir. Houve sim foi Payet, já nos descontos, depois de um belo trabalho individual na área, a fazer o golo que coroou a excelente exibição. E o jogo só acaba quando Payet marcar.

A França segue em frente. A Albânia está quase a caminho de casa.