A informação foi avançada pela directora financeira da empresa.

Durante um debate sobre «Ética e Deontologia na Aviação», enquadrado numa pós-graduação sobre Operações de Transporte Aéreo, Alda Pato revelou que esta ligação é um «buraco (financeiro) enorme» para a TAP.

Em declarações à agência «Lusa», a directora financeira admitiu que «esta linha foi sempre mais ou menos deficitária» para a companhia aérea, mas disse só ter dados sobre os últimos três anos, ou seja, desde que faz parte da equipa.

Apesar do prejuízo que esta rota custa à empresa, Alda Pato adiantou que a TAP não pensa acabar com ela, porque «há compromissos político-comerciais», mas acrescentou que a cidade do Porto pode vir a tornar-se num ponto central de actividade para a companhia, o que diminuiria a necessidade de ligações entre o Porto e a capital do país.

«Num desenvolvimento futuro esperamos vir a transformar o Porto num hub (ponto central de actividade) e dali fazer as ligações directas para várias capitais da rede TAP. A partir desse momento a necessidade de ter voos que transportem os passageiros que cheguem a Portugal para a zona norte do país na linha Lisboa/porto vai diminuir», explicou.

Por outro lado, e em relação ao papel que a Portugália pode vir a ter no futuro nos voos regionais, a directora financeira da TAP disse que ainda não está definido o papel que a operadora vai ter, mas sublinhou que esta aquisição se enquadra numa política actualmente seguida por todas as grandes companhias aéreas europeias, ou seja, «serem detentoras de pequenas empresas de carácter regional, cujo objectivo principal é alimentar os seus voos de médio e longo curso».

«A aquisição da PGA insere-se nessa lógica, ou seja, que ela seja feeder dos voos da TAP, porque os seus aviões, sendo mais pequenos, adaptam-se melhor à rota Lisboa/Porto. Isto sem prejuízo de nesta rota continuarmos a ter os voos grandes da TAP, porque muitas vezes também são voos de posicionamento para uma rota que se inicia no Porto», adiantou Alda Pato.

Relativamente à compra da Portugália pela TAP e, mais especificamente, em relação ao financiamento, a directora financeira da companhia portuguesa garantiu que a empresa está em negociações com várias entidades bancárias, acrescentando apenas que foram vários os bancos que ofereceram crédito para a operação.