A Casa do Dragão, lar de 30 jogadores das camadas jovens do F.C. Porto, está como nova. Profundas obras de remodelação deixaram-na com um aspecto moderno e a cheirar a conforto e aconchego. Uma verdadeira Casa, portanto.
Este dia serviu precisamente para se oficializar a reinauguração deste edifício, que tantos a tão bons nomes recebeu ao longo das últimas décadas. Não é à toa que o novo refeitório é identificado como a «Sala Ricardo Carvalho», o espaço para o estudo foi baptizado com o nome do malogrado Rui Filipe e a sala de lazer tem Vitor Baía como padrinho.
Uma das alas da vivenda tem Hélder Postiga a reconhecê-la e a escadaria para os quartos, situados no piso -1, tem uma placa a dizer Sérgio Conceição no seu início. Homenagens importantes a atletas que marcaram e marcam uma era de fulgurantes vitórias no clube. Exemplos marcados nas paredes, exemplos a seguir pelos jovens que já envergam a camisola do F.C. Porto.
«Além dos que estão cá internos, cerca de 30, passam muitos mais por aqui. E gostaria de sublinhar que todos os 230 atletas que temos nos escalões jovens têm aproveitamento escolar, alguns deles já em universidades», referiu Pinto da Costa, que prometeu também uma surpresa relativamente às melhorias que estão a ser efectuadas no Campo da Constituição.
Nuno e Hélder Postiga, a nostalgia de uma adolescência especial
A acompanhar o presidente do F.C. Porto estiveram Vitor Baía, Nuno Espírito Santo e Hélder Postiga, todos eles antigos «clientes» do lar do clube. No final, os dois últimos partilharam com a comunicação social a verdadeira viagem ao passado que empreenderam nesta visita com um significado tão especial.
«Vim para cá em 1990», recordou Nuno. «As condições agora são muito melhores, felizmente. Ainda por cima, o clube exige que todos eles estudem, o que é fantástico para o crescimento de todos estes jovens».
Já o ponta-de-lança, que regressou à equipa no jogo de Marselha, adorou ter reencontrado pessoas que conheceu quando era mais um dos jovens que soçobravam perante todos os sonhos da adolescência. «Há muitas coisas que estão na mesma, como o jardim, que está inalterado. Foi uma fase importante da minha vida».
Hélder Postiga chegou das Caxinas, zona piscatória de Vila do Conde, com apenas 12 anos, mas já com «a ideia de ser futebolista profissional». «O meu dia-a-dia era dividido entre a escola, os treinos e o estudo. Mas pouco», atirou por entre sorrisos».