Haverá melhor maneira de celebrar o aniversário do que com uma vitória? Ainda por mais, numa fase em que os triunfos começavam a escassear, com o perigo de cair nos lugares proibidos a tornar-se cada vez mais real?

Hoje, no jogo inaugural da 28ª jornada, o Farense deu um pontapé na crise e chegou àquela meta dos 30 pontos que, muitas vezes, chegam para assegurar a manutenção.

Os algarvios, que celebraram 114 anos de existência no início da semana (1 de Abril), voltaram às vitórias, num jogo em que foram muito melhores na primeira parte, mas onde podiam ter deixado escapar a vitória, não fosse a grande segunda parte do guarda-redes Ricardo Velho.

O campeonato aproxima-se do fim e o triunfo frente ao Boavista (2-0) pode ter dado o alento necessário para que o Farense chegue mesmo ao objetivo mais desejado: a permanência no escalão máximo do futebol português.

O domínio dos comandados de José Mota foi evidente ao longo de toda a primeira parte.

O Boavista até entrou melhor nos primeiros 5 minutos – teve o primeiro remate da partida, por Bruno Lourenço -, mas, fruto de uma pressão alta, o Farense foi tomando conta das rédeas do jogo para nunca mais as largar.

Ao intervalo, o placard marcava 2-0, mas podia ser o dobro. Isto porque, além dos dois golos apontados, o Farense teve outros tantos anulados.

O primeiro – que não contou – foi apontado por Belloumi aos 12 minutos. Bruno Duarte, que assistiu o extremo argelino, dominou a bola com a mão no início da jogada e, alertado pelo VAR, o árbitro Iancu Vasilica anulou o golo.

O segundo balde de água fria não tardaria: aos 24 minutos, Pastor marcou, assistido por Talys que… estava em fora de jogo quando recebeu a bola.

As incidências não deitaram abaixo uma equipa do Farense que foi sempre melhor. À terceira foi de vez: Cláudio Falcão, aos 34 minutos, aproveitou um corte defeituoso de Bozenik, após um canto, para, de cabeça, marcar o primeiro golo que contaria.

Os algarvios respiraram de alívio e ainda aumentaram a vantagem: Belloumi trabalhou muito bem na esquerda, cruzou e Bruno Duarte, com o peito, fez o 2-0 (39m).

Ricardo Paiva não podia estar satisfeito com o que ia vendo e, logo ao intervalo, mudou três jogadores. Saíram Chidozie, Ibrahima e Berna para entradas de Sasso, Makouta e Joel Silva, mas no relvado pouco mudou.

O Farense continuou a dominar, teve oportunidades para matar o jogo, mas foi perdulário.

O Boavista começou a acreditar que talvez conseguisse ainda retirar algo de positivo de um jogo em que, até ao minuto 65, pouco existiu.

Daí até ao final, os axadrezados tiveram a melhor fase na partida. Aliás, não fosse Ricardo Velho que talvez estivéssemos a falar de um jogo diferente.

O guarda-redes do Farense, que tantas vezes tem salvado os algarvios, voltou a mostrar-se em grande plano.

Bozenik (por duas vezes), Joel Silva ou Martim Tavares bem tentaram, mas os remates acabaram todos da mesma maneira: com a defesa de Velho.

O Farense soube aguentar a pressão e, no final, voltou a sorrir, depois de nove jogos sem ganhar.

Não foi um xeque-mate, mas a permanência dos algarvios pode ter ficado mais perto.