O caminho teve percalços, às vezes foi mesmo sinuoso, mas, no final, o Farense alcançou mesmo o que mais desejava nesta viagem de regresso à I Liga: a manutenção.

Na próxima temporada, os algarvios continuarão entre os maiores do futebol português e, em abono da verdade, fizeram por merecê-lo ao longo da época.

Mesmo que, a certa altura, tenha somado nove jogos sem ganhar, o Farense pareceu ser sempre uma equipa de I Liga, talhada para estes palcos. E a vitória de hoje (3-2) frente a um Estoril que ainda luta pela permanência só o comprova.

O triunfo da última jornada, na casa do Estrela do Amadora, deu o alento necessário ao Farense que já sabia, antes de entrar em campo, que hoje um empate bastava para garantir a manutenção.

Os algarvios, ainda assim, mostraram querer sempre ganhar: só com uma mudança face a esse jogo na Amadora (saída de Caséres e entrada de Mattheus Oliveira), o Farense entrou destemido.

Logo no primeiro minuto, Bruno Duarte podia ter marcado, após um grande trabalho de Belloumi, mas o remate saiu muito por cima.

A partida não entusiasmava: o Estoril não conseguia demonstrar o futebol que já exibiu e o Farense, apesar de estar por cima, também não sufocava o adversário.

Até que, ao minuto 35, a cabeça de Gonçalo Silva deu um abanão (necessário) no jogo. Marco Matias bateu um canto pela direita, o defesa central saltou mais alto do que toda a gente e cabeceou para o fundo das redes.

O melhor da primeira parte estava reservado para o final e conta-se em dois minutos: aos 45, mesmo em cima do período de compensação, Mattheus Oliveira apontou um grande golo, num remate de fora da área e pareceu dar a tranquilidade necessária aos algarvios.

Mas, quando nada o fazia prever e ainda antes do intervalo, o Estoril haveria de conseguir reduzir, num remate de Fabrício a passe de João Marques.

O que parecia praticamente sentenciado, tornou-se incerto e a segunda parte ganhou novo interesse.

Aí, foi o Estoril a aparecer melhor, fruto de algumas desatenções do meio campo do Farense. Aliás, o golo do empate, marcado ao minuto 52, surge após Fabrício galgar metros sozinho, fazer um passe a abrir para Pina e este cruzar para a grande área.

Gonçalo Silva e Rossi desentenderam-se, a bola sobrou para Rodrigo Gomes e o jovem internacional português só teve de encostar.

O Estoril tinha conseguido o mais difícil: chegar ao empate. A vitória, que garantia desde já a manutenção, estava mais perto, mas os visitantes não souberam galvanizar essa boa entrada em jogo.

Seria mesmo o Farense a voltar ao golo e a sentenciar um jogo que acabou com festa algarvia.

Bruno Duarte, ao minuto 65, trabalhou bem na área, sentou um adversário e, de pé esquerdo, rematou para o fundo das redes.

Nem sempre foi fácil, mas o Farense garantiu a manutenção. E o São Luís despediu-se com direito a onda mexicana