Bem disposto, boné como imagem de marca, tranquilo. Roger Federer voltou ao recinto do Estoril Open nesta terça-feira, um dia depois de ter treinado pela primeira vez no Jamor, em 2010, com o português Rui Machado como parceiro. O tenista luso avançou nesta tarde para a segunda ronda. O número do mundo sorri e diz que foi por causa de si próprio. Em conferência de imprensa, o suíço ainda brincou com o vento e abordou Roland Garros, o grande torneio de terra batida.

«Senti-me bem em Roma, mas depois de um jogo e treino intenso estou ansioso pela semana seguinte», começou por dizer Federer. «A expectativa aqui é ganhar, sou o único jogador do top tem aqui e espero vencer, qualquer outro resultado seria uma desilusão», continuou o mais vencedor de todos os tenistas da História da modalidade, que sublinhou ainda: «Antes de mais nada, gostava de ter a minha primeira vitória em terra batida, depois de ter perdido com Ernests Gulbis, na semana passada.»

Lá mesmo no final da conferência, Roger Federer ficou a saber que o português Rui Machado avançou no Estoril Open, um dia depois de ter treinado com o número um mundial. «Ganhou por minha causa», brincou o suíço. «É um bom jogador, pequeno e rápido e fico feliz por ele», somou depois.

«Tive três quilos de areia nos olhos»

Esta não é a primeira vez que Roger Federer participa no Estoril Open. Em 2008 saiu do court central vencedor do torneio. O mesmo court central que, dois anos depois, ainda é feito com bancadas montadas de propósito para o efeito. «Gosto sempre de ver estádios construídos, não temporários, mas há uma crise internacional e se calhar é por essa razão que aqui ainda não há um novo», comentou o tenista helvético, num discurso politicamente correcto.



Outra dificuldade de jogar no Jamor é o vento, ainda para mais num piso de terra batida. «Tive três quilos de areia nos olhos, preciso de um oftalmologista», riu de novo Federer, sempre bem disposto. Roger Federer já venceu tudo o que havia para vencer e, nessa medida, aceita o vento como adversário. «Nunca gostei de jogar com tempo ventoso, mas hoje em dia acho isso um desafio. O court central protege mais, ontem [segunda-feira] treinei num campo pequeno. Mas gosto do desafio, por vezes é terrivelmente difícil», argumentou.

Em Roland Garros para defender título

Rafael Nadal venceu em Roma e o espanhol, especialista em terra batida, parece voltar à melhor forma. Principal adversário de Federer, o tenista de Maiorca mereceu elogios do suíço, que vai, em Roland Garros, tentar defender um título que quase sempre o espanhol lhe roubou.

«É bom ver o Rafa Nadal jogar bem, é bom para o ténis», admitiu o número um do mundo. Por fim, a expectativa de chegar ao Grand Slam francês como vencedor da última edição. Federer brincou outra vez. «Vamos ver se é mais difícil defender o título. Fui muito bom a defender as minhas finais, disso não haja dúvidas», riu, comentando as inúmeras vezes que chegou ao último jogo e perdeu. «Defender o título não sei como será, as próximas semanas serão importantes e, de momento, estou feliz», concluiu.