Victor Fernández defende que a equipa do F.C. Porto estava em construção, depois de todas as mudanças que sofreu, e precisava de tempo. O treinador recorda como saíram muitos dos jogadores campeões europeus e defende que essa foi uma decisão assumida pelo clube.
O técnico falava em entrevista à Cadena Ser e começou por completar a lista de saída iniciada pelo jornalista, que lembrou Deco, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira. «E Pedro Mendes para o Tottenham, Alenitchev para o Spartak Moscovo e agora mais», notou Fernández.
«Nunca vivi como treinador uma experiência deste tipo, esse movimento de jogadores que saíram em relação ao plantel passado», considera o treinador. «Mas todos tinham assumido, o presidente e todos, diziam que era um ciclo que tinha terminado, havia que tirar rendimento económico dessa equipa, e que havia que construir uma equipa com jogadores jovens, nenhum jogador consagrado. Chegaram muitos jogadores de 20, 22 anos, muitos brasileiros, com as dificuldades que podem ter para se adaptar ao futebol europeu.»
Recordando o seu afastamento, o técnico não evita uma constatação: «Foi demasiado precipitado e creio que tudo foi demasiado exagerado. Também não é normal que uma equipa campeã da Europa e agora do Mundo se desfaça de 15 ou 16 jogadores. Não é normal.»
«Venderam muito bem, é verdade, foram muito vivos na hora de vender. No mercado de Inverno venderam jogadores importantes, como o Carlos Alberto e Derlei, e creio que ganharam 15 milhões de euros», prossegue Fernández, admitindo no entanto que, para um treinador, não é essa a melhor solução: «Para mim, como treinador, eu acho que o grande negócio é ter uma grande equipa. Para mim esse é o grande negócio.»