A Liga Europa está de regresso já esta quinta-feira e o Benfica tem de viajar até ao norte da Grécia para defrontar o PAOK. Fernando Santos conhece bem os dois clubes e apesar de não querer entrar em pormenores analíticos por ser selecionador grego, não recusa dizer que muito da eliminatória dependerá do que a formação de Salónica conseguirá fazer.

«Mantendo o distanciamento necessário penso que o Benfica é favorito, mas tem de perceber que não vai ser fácil. Se olharmos para a classificação vemos o segundo classificado na Grécia a vinte pontos do Olympiakos e podemos achar que é uma diferença abismal, mas não é. É preferível ver o que o PAOK tem feito nas competições europeias este ano, pois esteve muito bem na fase de grupos. Se for o melhor PAOK seguramente que o Benfica terá muitas dificuldades, mas se jogar o melhor PAOK e o melhor Benfica, acho que mesmo assim o Benfica é favorito», disse no intervalo de um congresso de medicina em Lisboa.

Curiosamente o PAOK e o Benfica são os dois últimos clubes que o engenheiro treinou antes de assumir o cargo de selecionador. Os três anos que passou em Salónica dão-lhe a certeza que o jogo no estádio Toumba será decisivo:

«Toumba é muito difícil, na minha opinião o campo mais difícil da Grécia, porque o público tem uma paixão muito grande e o estádio vai estar completamente cheio. Já está há vários dias completamente esgotado. Vão ser 90 minutos de barulho ensurdecedor. Agora, isso não vai afetar o Benfica, porque é uma equipa com muita experiência. Vai é empolgar a equipa do PAOK, por isso o peso aqui vai ser em cima da equipa do PAOK e não tanto em cima do Benfica. Mas às vezes isso funciona muito ao contrário, porque se as coisas não correrem bem e considerando que o PAOK no campeonato está muito mal, se o Benfica começar a mandar no jogo aí pode-se virar tudo ao contrário. Mas na primeira fase não, porque o povo está muito entusiasmado com este jogo e vai ser uma atmosfera tensa», frisou, alertando para o perigo de desvalorizar o adversário:

«É preciso ter muita atenção ás equipas gregas nas competições europeias. O PAOK acredita que vai seguir em frente. Quando sai um adversário português aos gregos eles acham que já passaram e os portugueses a mesma coisa».

A força de Katsouranis

No PAOK há dois rostos bem conhecidos dos benfiquistas: Miguel Vítor e Kostas Katsouranis. O médio grego, agora com 34 anos, continua a ser um jogador importante, assim como o português, mas este encontra-se lesionado e não deve defrontar os encarnados.

«Hoje tem mais sete anos e é um jogador diferente. Na equipa nacional continua a jogar no meio-campo, mas no PAOK até joga mais atrás, mas naturalmente é um jogador que não tem a mesma frescura física. Às vezes joga ao lado de Miguel Vitor como central, até porque essa era a sua posição de raiz no início da sua carreira. Aqui no Benfica também chegou a ser utilizado algumas vezes nessa posição para desenrascar a situação. Continua a ser um bom jogador e vai estar no Brasil seguramente, pois mantém a maturidade e pode ajudar os outros», advogou Fernando Santos.

Sem querer entrar em pormenores sobre o PAOK, mantendo o tal respeito por ser selecionador, o engenheiro suspeita de algumas alterações introduzidas no mercado de Inverno: «Esta equipa mudou muito agora em dezembro, muitos jogadores novos chegaram. Vi o jogo em que venceram o OFI de Sá Pinto (5-0), mas foi um bocadinho uma exceção do que têm sido os últimos jogos da equipa do PAOK». A verdade é que na partida seguinte, com o Panathinaikos, perdeu.